O melhor deste livro é a enorme quantidade de ilustrações a preto e branco, as centenas de fotos dos musicais no cinema que nos presenteia. A obra relata a história do cinema musical não só nos EUA mas também na Europa. Como foi escrito bem no fim dos anos 60, uma parte dessa história ficou de fora. Curiosamente, o último filme que Cobal elogia e defende como trazendo algo de novo ao cinema musical (Sweet Charity, 1969), é de um realizador que iria fazer os melhores filmes musicais do futuro: Bob Fosse. Mas o melhor pertencia ao passado, em particular à década de 40, durante a qual o mercado foi inundado por musicais da Fox e da MGM, quase sempre com muito sucesso, e muitas vezes com qualidade superior (sobretudo as produções de Arthur Freed na MGM). No geral, os comentários e a apreciação de Cobal dos filmes são muito bons, mas custou-me verificar que ele minimiza dois dos meus musicais preferidos: Gentlemen Prefer Blondes e Guys and Dolls. Dirigidos por dois génios, Hawks e Manckiewicz, que se notabilizaram noutros géneros de filmes, estes dois filmes são hoje admirados pelas suas qualidades de realização, aspecto poucas vezes admirado nos musicais (a grande exceção são os filmes assinados por Minnelli). Leitura empolgante. Póvoa de Varzim 2018 5/5