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FIDDLER ON THE ROOF (1971)

CINEMA (Documentário)


 
Norman Jewison, Film Maker (1971)
A televisão do Canadá resolveu fazer um documentário sobre a realização de Fiddler on the Roof, o musical realizado por Norman Jewison. Não fora a existência do mercado de DVDs e a sua exigência de material extra para as edições especiais e dificilmente encontraríamos este interessante documento. Chama-se Norman Jewison, Film Maker (1971) e fornece muitas cenas de filmagens do referido filme mas apenas muito brevemente aborda a carreira do realizador até 1971. VC 7.2016 DVDTECA

Fiddler on the Roof (1971)
Édition Collector 2 DVD 
DVD MGM 2013
DVDTECA

FAME (Alan Parker, 1980)

Anúncios da imprensa
Coleção de João Mestre
Blog Museu do Cinema

REALIZADOR Alan Parker ARGUMENTO Christopher Gore PRODUÇÃO David De Silva, Alan Marshall, M-G-M ELENCO Eddie Barth, Irene Cara, Lee Curreri, Laura Dean, Antonia Franceschi, Boyd Gaines, Albert Hague, Tresa Hughes, Steve Inwood, Paul McCrane, Anne Meara, Joanna Merlin, Barry Miller, Jim Moody, Gene Anthony, Ray Maureen Teefy FOTO Michael Seresin MÚSICA Michael Gore ESTREIA 16.05.1980 (EUA) 23.01.1981 (Portugal) VISTO VC 08.2016 DVDteca 3/5 Paris 30.06.2025 Cinémathèque


Poucos musicais dos anos 80 tiveram tanto êxito, a ponto de originar uma famosa série televisiva e um musical no teatro. No entanto, o argumento de Christopher Gore (nomeado para o Oscar) é muito simples: assistimos às provas de seleção dos estudantes de uma escola de artes do espetáculo em Nova Iorque e, em seguida, à rotina das aulas. A música de Michael Gore contribuiu muito para o sucesso do filme e fez de Irene Cara uma estrela nesse início de década. Pela primeira vez na história dos Oscars, duas canções do mesmo filmes são nomeadas para melhor canção: Fame (Michael Gore e Dean Pitchford) e Out Here on My Own (Michael Gore e Lesley Gore), interpretadas por Irene Cara. Fame recebeu o Oscar e o Golden Globe para a melhor canção. 

Moulin Rouge (2001)

O cineclube MadmoiZelle exibiu esta semana o filme musical Moulin Rouge, que encheu rapidamente a grande sala com raparigas de todos os feitios, formas e estilos. A cinefilia é tradicionalmente masculina, demasiado masculina, por isso foi uma surpresa ver uma plateia tão feminina. Não fossem os namorados... Quanto ao filme, foi uma relativa desilusão esta incursão famosa de Baz LUHRMANN pelo filme musical. Tenho a impressão de ter gostado mais do filme aquando da estreia. Luhrmann é ousado e criativo mas o resultado não está à altura do que é prometido. Gostei muito da ideia, original, de utilizar clássicos da pop de diferentes épocas e estilos e da recriação delirante de Paris sem qualquer obediência ao bom gosto. E também da inspiração em La Bohème, embora o argumento tenha diversos problemas. E a realização também, com uma montagem frenética dificilmente defensável. Como os musicais são hoje raros (foi um filão que se esgotou há décadas), Moulin Rouge destaca-se facilmente como uma obra deveras original, uma das melhores em anos. Santa Clara 2001 & Paris 2016    3.5/5


Perfect Pitch 2 (2015)

Perfect Pitch (2012), de Jason Moore, é um musical que teve grande sucesso nos Estados Unidos mas contou com limitada adesão no resto do mundo. Bebe na nobre tradição do musical e no mais recente e pouco apreciado gênero do teen-movie. Aliás o filme encerra uma homenagem a um dos mais famosos teen-movies dos anos 80, The Breakfast Club. No início do filme, numa das mais divertidas cenas, a líder de um grupo vocal feminino anula as hipóteses de continuar na competição ao vomitar sobre a plateia, um momento escatológico que remete para a comédia americana dos anos 90. O filme retrata o campus universitário americano através dos grupos de estudantes que se formam em torno de atividades musicais ou outras. É uma forma também de preparar os jovens para a competitividade profissional do futuro, lançando-os em torneios de grupos a capella, como neste filme. 

Isso chega a ser mais evidente em Perfect Pitch 2 (Elizabeth Banks, 2015) em que se afrontam nos palcos o grupo americano das Barden Bellas e um grupo alemão. Mas esta sequela não tem o interesse do opus original, apesar de ter sido um sucesso de público muito superior ao primeiro. Tornou-se aliás na comédia musical que mais receitas gerou nas bilheteiras desde sempre. Vi os dois filmes numa sessão muito especial, na ante-estreia do segundo filme, no cinema Max Linder repleto de fãs de Perfect Pitch. Paris 2016 Max Linder

The Sound of Music (1965)

Versão digital restaurada 4K
Outubro de 2016

All That Jazz (Bob Fosse, 1979)

Há meses vi All That Jazz em dvd, agora não perdi a oportunidade de voltar a vê-lo numa sala com um grande ecrã (da cinemateca francesa). Parece que vi outro filme. Ainda melhor. Não creio que depois de All That Jazz tenha surgido um musical mais arrojado e importante. Tal como Woody Allen e Ingmar Bergman, no auge nos mesmos anos 70, Bob Fosse põe a morte no centro da sua obra, mas a partir da arte que ele domina melhor, o showbizz. Arte do entretenimento, arte feita para agradar ao público. A morte toma as formas atraentes de Jessica Lange, que provoca o coreógrafo interpretado por Roy Scheider, que não se deixa intimidar antes a tenta seduzir. Que ideia magnífica de falar do diálogo entre nós e a morte... O filme é extremamente original, mas irregular, e Fosse não recua perante nenhuma fonte que o possa inspirar: alta cultura (Vivaldi), publicidade, televisão, stand-up comedy, musical da Broadway... Os musicais dos anos 60 e 70 parecem ser sempre uma imitação dos musicais da idade de ouro de Hollywood, apenas Bob Fosse consegue evitar essa esterilidade e fazer algo novo, que só poderia ter sido feito no presente (do filme). E o melhor do filme talvez sejam mesmo os números musicais, alguns deles extraordinários. Paris 2017 5/5
All That Jazz é uma comédia musical produzida pela Columbia, com argumento de Robert Alan Arthur e Bob Fosse. Um musical maravilhoso e original sobre a criação artística, a vida e a morte. Filme de autor (coisa pouco comum na comédia musical), semi-autobiográfico, inspirado no filme Federico Fellini's 8½, conta a vida agitada e em permanente crise de Joe Gideon (Roy Scheider), bailarino, coreógrafo e realizador, a braços com graves problemas cardíacos. O filme recebeu a Palme d'Or de Cannes, foi nomeado para nove oscars, tendo recebido quatro, nomeadamente para Ralph Burns pela música. DVD 4/5

The Country Girl (1954)

Realização de George SEATON
Um trio de ouro (Bing Crosby, Grace Kelly e William Holden) num filme com uma história (de Clifford Odets) inesperada: um ator famoso (Bing Crosby) atravessa uma crise pessoal e profissional aguda, devido à sua insegurança, alcoolismo e depressão. Grace Kelly faz de sua mulher e tem um papel sombrio que lhe valeu o Oscar. E muito estranho ver dois ícones da comédia romântica e musical, como Kelly e Crosby, interpretarem um casal mergulhado na depressão e na miséria. Ainda assim, o filme pode ser considerado um (drama) musical, pois Crosby canta quatro canções assinadas por Harold Arlen e Ira Gershwin. O filme foi nomeado para sete óscares: ganhou dois (atriz e argumento) e perdeu os outros cinco (incluindo melhor filme, ator e realizador) para On the Waterfront (Elia Kazan). Foi uma derrota justa, pois o filme de Kazan é muito melhor do que o de Seaton. DVD 3/5

Brigadoon (Vincente Minnelli, 1954)

Realização : Vincente Minnelli 
Estreia nos EUA: 8/09/1954

Título português:
Brigadoon: A Lenda dos Beijos Perdidos
Estreia em Portugal: 9/06/1955

Brigadoon é uma daquelas obras admiráveis que saiu do atelier artístico de Arthur Freed na MGM. Uma série de grandes talentos na produção (Arthur Freed), realização (Vincente Minnelli), música (Alan Jay Lerner e Frederick Loewe), coreografia (Gene Kelly), interpretação (Gene Kelly e Cyd Charisse) fizeram filmes únicos e irrepetíveis como este. Brigadoon conta a história de dois nova-iorquinos que se perdem nas montanhas da Escócia e encontram uma aldeia fora do tempo e fora do espaço, que se mantém a mesma desde 1700. A felicidade que aí reina é expressa pela música e pela dança em números com ritmo lento (em contraste com outros musicais da época), que na altura da estreia contribuiu para o insucesso do filme. Mas hoje o filme é visto como um dos melhores musicais de sempre. 
Assisti ao filme numa sessão que optou por uma cópia em película e com uma breve pausa (anunciada pelo pessoal da sala) para a troca de bobine. Um ritual cada vez mais raro e pedagógico (para os jovens). Paris 4/5

The Dolly Sisters (Irving Cummings, 1945)

The Dolly Sisters é o típico biopic musical que em todas as épocas encontramos no cinema americano. A forma mais fácil de justificar um musical é escolher personagens e uma história que se passem no meio do showbizz. As Dolly Sisters foram uma dupla de irmãs gémeas, louras e talentosas, que brilharam nos palcos da Broadway e da Europa no início do século XX. A carreira e a vida privada delas foram transformadas pela Fox numa interessante comédia musical romântica que todavia nada traz de novo à história do cinema musical. Betty Grable, June Haver e John Payne são as estrelas da Fox do filme. DVD 3/5

SWEET CHARITY (1966)

A OBRA (1966)
Cy Coleman

O ESPETÁCULO (Londres, 2016)

Sweet Charity é um clássico de Bob Fosse. Ele encenou e coreografou a criação na Broadway (1966) e depois (1969) transpôs para o cinema na sua primeira realização. O teatro Donbar propõe uma produção impecável com coreografia de Wayne McGregor e uma protagonista carismática e talentosa. O interesse por Charity continua mais de 50 anos depois... Londres 06.2019 Donbar 4/5

CINEMA (1969)

SWEET CHARITY (1969)
Sweet Charity começou por ser um musical de grande sucesso da Broadway, inspirado no argumento do filme Noites de Cabiria de Fellini. Protagonizou essa produção de 1966 Gwen Verdon, estrela dos palcos, mulher de Bob Fosse, que coreografou e encenou o espetáculo obtendo assim um triunfo pessoal. Sweet Charity conta a história de uma mulher otimista, generosa e crédula que procura desesperadamente o amor. O filme que se fez do musical ganhou o subtítulo esclarecedor The Adventures of a Girl Who Wanted to Be Loved. Bob Fosse conseguiu estrear-se na realização de filmes com Sweet Charity. Quando estreou, foi um flop e o realizador não teve no imediato mais ofertas de Hollywood. O segundo filme de Fosse é Cabaret, foi feito poucos anos mais tarde e revolucionou a comédia musical. Mas Sweet Charity parece-se demasiado com as velhas comédias de Hollywood, embora, a meu ver, seja um dos melhores musicais da década de 60. O melhor do filme são de facto as coreografias de Fosse, a música de Cy Coleman e Dorothy Fields e Shirley MacLaine. vc 08.2016 DVD 4/5
Esta edição de Sweet Charity tem bons extras. Para começar, um fim alternativo que foi filmado mas não foi escolhido para a montagem final. Há mais dois documentos da Universal, de 1969, portanto contemporâneos do filme. Um é o making of do filme, onde podemos ver Bob Fosse a falar do seu trabalho no filme e a dirigir as filmagens. Outro documento oficial é a apresentação/discussão dos figurinos por Edith Head.
Alternate End (Universal, 1969)
From Stage to Screen - A Director's Dilemma (Universal, 1969)
The art of Exageration. Designs for Sweet Charity by Edith Head (Universal, 1969)

Holiday Inn (Mark Sandrich, 1942)

Bastava as duas sequências maravilhosas em que Fred Astaire dança bêbado e, noutra, com fogos de Carnaval, para tornar este filme adorável. Mas todo o filme é banhado pela atmosfera de felicidade e comédia que encontramos nos filmes musicais feitos durante a segunda guerra mundial (aliás, decorriam as filmagens do filme quando se deu o ataque de Pearl Harbour). A história pouco interessa, repetindo uma situação encontrada em outros filmes: dois amigos passam o tempo a passar rasteiras um ao outro por causa de uma mulher. Tudo pretexto para os mais variados números musicais, de canto e dança. Foi neste filme que foi lançada uma das canções mais famosas de sempre, White Christmas, que deu o óscar a Irving Berlin. Um filme que agora descubro, mas que vou certamente rever oportunamente. DVD 4/5

The King and I (Walter Lang, 1956)

Esta comédia musical é muito famosa, tanto o original da Broadway (1951), quanto a adaptação ao cinema, tratando-se de um dos clássicos de referência do cinema musical. Mas não corresponde ao tipo de musical de que mais gosto. A transposição do show da Broadway é feita sem chama para a grande tela, e como a ação passa-se quase exclusivamente em interiores, a dívida em relação à origem teatral do projeto faz-se sentir ainda mais. Que diferença em relação aos musicais de Arthur Freed na MGM! O que mais  me interessa no filme é, por um lado, a maravilhosa partitura de Rodgers & Hammerstein II, e, por outro, a prestação de Deborah Kerr, uma atriz conhecida e famosa das comédias e melodramas não-musicais. A sua prestação tem a sua classe habitual, tendo sido dobrada nas canções. Foi nomeada para o óscar, mas apenas ganhou o Golden Globe para melhor atriz. Yul Breyner, que marcou a versão cénica original de The King and I, ganhou o óscar para melhor ator, a mais prestigiada das cinco estatuetas ganhas pelo filme. Houve ainda uma nomeação para melhor filme do ano (o produtor foi Charles Bracket) e outra para melhor realizador (Walter Lang). Mas recebeu mesmo assim o Globo de Ouro para melhor filme de comédia ou musical. Nada mau. DVD 3/5

Daddy Long Legs (Negulesco, 1955)

Daddy Long Legs (1955) não está entre os melhores filmes musicais da sua época, ficando uns pontos abaixo das grandes obras contemporâneas que Arthur Freed produzia na MGM. Penso que um dos problemas do filme é o argumento que Phoebe Ephron e Henry Ephron confecionaram a partir de uma história de Jean Webster, sobre a relação paterna e amorosa entre uma jovem acabada de sair da adolescência (Leslie Caron) e um solteirão milionário (Fred Astaire) 30 anos mais velho do que ela. Ultrapassados os impasses de uma história que pretende justificar o par Caron/Astaire, resta atentarmos as singularidades desta comédia musical. Daddy Long Legs é o único filme que Fred Astaire fez na Fox e é também o único em que teve como parceira Leslie Caron, jovem que marcou o cinema musical dos anos 50. A formação de base de Leslie Caron é a dança, por isso o melhor do filme são os números de dança entre ela e Astaire, se bem que eu prefiro Gene Kelly como seu parceiro. A boa música do filme é assinada pelo grande Johnny Mercer, que compôs o hit Something's Gotta Give, nomeado para o oscar de melhor canção. Embora esteja datado em alguns aspectos, Daddy Long Legs proporciona o mesmo prazer nos fãs dos musicais que muitos outros filmes mais conhecidos da época. DVD 3/5

Aladdin (1992)

Não me lembro de ter visto este filme quando estreou. Vi-o agora em DVD, numa edição especial que para os fãs tem, entre outros bónus, várias canções que foram eliminadas da versão comercial do filme. Alladin (1992), realizado por John Musker e Ron Clements, é uma comédia musical, uma das melhores das últimas décadas (não há muitos concorrentes). A música fabulosa é de Alan Menken e as letras das seis canções retidas são de Howard Ashman e Tim Rice. Dois óscares consagraram a música do filme, nas categorias de Original Score e de Best Song ("A Whole New World"), tendo a canção "Friend Like Me" também recebido uma nomeação para Best Song. Mas a razão do sucesso artístico do filme (foi igualmente um enorme sucesso de público) não reside apenas na música, mas igualmente no argumento e na construção das personagens. Há pouco vi o clássico da Disney Robin Hood cujo interesse, a meu ver, repousa na dupla cómica do rei e do seu conselheiro (a serpente). Também em Alladin, as personagens principais (Alladin e a princesa Jasmine) perdem, em termos de sedução, para o Génio da Lâmpada e para o vilão Jafar. O trabalho de animação em torno destas personagens cheias de vida é uma maravilha que a revisão do filme não deve pôr em causa. Um clássico que está quase a fazer 25 anos. VC 2016 DVD 5/5

Prémios: melhor filme (Saturn Fantasia, Annie, nomeado ao Oscar, Hugo e ao Golden Globe), melhor canção original (Oscar, Golden Globe, Grammy, ASCAP), e melhor BSO (Oscar, Grammy e nomeada para o BAFTA e Saturn).

A Prairie Home Companion - Bastidores da Rádio (Robert Altman, 2005)

Vi o filme de Altman há precisamente 10 anos e tinha uma ideia mais vaga do que precisa do seu conteúdo. Aproveitei um ciclo dedicado a Meryl Streep para rever este musical tão caloroso e amoroso. Sim, amor é a palavra-chave para falar deste filme. Altman filma aqui os bastidores de um programa radiofônico e o próprio programa, na sua última edição, o seu canto de cisne. Filma os artistas, a música, as discussões, as desilusões, as manias com muito amor. Eu não sou fã de country, mas gostei do que ouvi, até de algum country pimba que por aqui aparece. Meryl está como quase sempre esplendorosa e por este e por outros trabalhos (Mamma Mia, Into The Woods, Ricki and the Flash) merece um lugar de destaque na história dos musicais. Que atriz versátil! Mas este filme, à semelhança de outros de Altman, está recheado de grandes atores: Lily Tomlin, Woody Harrelson, Kevin Kline, entre outros. Paris 02.2016 4/5

The Emperor Waltz (Billy Wilder, 1948)

The Emperor Waltz (1948) é um musical, não há dúvidas, pois o popular Bing Crosby não para de cantar, mas é acima de tudo um filme de Billy Wilder e Charles Brackett, um dos últimos da dupla, suponho. E assim temos um musical de autor, que é coisa pouco frequente na história dos musicais de Hollywood. O mais engraçado desta comédia musical é que temos dois casais com problemas de conjugalidade: o par Bing Crosby vs. Joan Fontaine e o par canino formado pelos quadrúpedes que pertencem a Crosby e Fontaine. A fonte dos problemas é uma só : a altivez europeia em relação à franqueza descomplexada dos americanos. Fontaine é uma aristocrata austríaca próxima do Imperador e Crosby é um vendedor ambulante de grafonolas. Como poderão ficar juntos? A natureza canina vai dar vários empurrõezinhos. Um humor todo Wilder & Brackett. Vila do Conde DVD 3,5/5

The West Point Story (Roy Del Ruth, 1950)

The West Point Story (1950) é um filme para fãs de musicais. O melhor é ver, mais uma vez, James Cagney e a sua energia transbordante ao serviço da dança. Ele faz o papel de diretor de musicais, que atravessa um período de crise profissional. Para dar a volta por cima aceita dirigir um grupo de cadetes de West Point e acaba por tornar-se num deles. O pior, para mim, é a celebração desta escola de cadetes. Parece um musical militar em tempo de guerra. Músicas de Jule Styne e Sammy Cahn. Vila do Conde DVD 2/5

Pal Joey (George Sidney, 1957)

Pal Joey (1957) estreou pouco antes do Natal numa sala de Paris, numa cópia restaurada, em jeito de comemoração do centésimo aniversário de Frank Sinatra. E de facto ele é a estrela do filme, interpretando a personagem que dá título ao mesmo. Nunca tinha ouvido falar deste bom musical de Hollywood, mas conhecia a fama do musical homônimo da Broadway, que teve grande importância na consagração de gigantes como Gene Kelly e Bob Fosse. Nos palcos, Pal Joey é um dançarino,  enquanto no filme ele é um cantor, um crooner. E que crooner! Talvez seja o grande filme musical de Sinatra, que parece ter tido mais sorte com os filmes dramáticos. Ele canta maravilhosamente bem The Lady is a Tramp para (e inspirado pela personagem de) Rita Hayworth, que já não prima pela beleza que a consagrou. À época do filme Rita era a maior estrela da Colúmbia, mas isso não é visível. No filme ela faz de nova rica, com um passado pouco ilustre de entertainer de cabaré. Ela é a ruiva do título francês do filme: A Loira e a Ruiva. A loira leva a palma no coração de Sinatra e é encarnada por Kim Novak, que no final dos anos 50 teve o seu apogeu: Vertigo, Picnic. Este trio é realmente fabuloso, mas nem o argumento nem a realização contribuem para o filme voar mais alto. Na segunda metade dos anos 50  ainda havia o dinheiro, os meios e os atores para fazer grandes musicais, mas a partir daí seriam poucos os realmente inspirados. Pal Joey apresenta pois os defeitos dos musicais da época e dos anos vindouros: um gênero a viver do passado, que não consegue inspirar-se no presente. Os mega-musicais dos anos seguintes como My Fair Lady ou The Sound of Music também sofreram desse problema. Apesar destes limites, para um fã de musicais e/ou de Sinatra, é um deleite ver Pal Joey. Espero voltar a vê-lo outras vezes sendo um daqueles casos em que vale a pena ainda procurar um DVD se possível com extras e mais extras. Paris FQL 4/5

Footlight Parade (Lloyd Bacon, 1933)

42nd Street é mais famoso mas eu prefiro Footlight Parade, entre os dois musicais da Warner que foram dirigidos por Lloyd Bacon e coreografados por Busby Berkeley em 1933. O argumento de Manuel Seff e James Seymour é particularmente interessante: na época da ascensão do cinema sonoro, o produtor de musicais da Broadway Chester Kent (James Cagney) resolve dedicar-se a criar "prologues", números musicais que serviam de entrada aos filmes. A surpresa do filme é James Cagney, conhecido gangster dos filmes da Warner, e que aqui se estreia nas comédias musicais. Em grande estilo, aliás. Nota: 4/5

State Fair (José Ferrer, 1962)

State Fair (1962) é um musical anémico, doença que atingiu o género a partir dos anos 60. Ainda por cima é o remake de uma obra-prima do género, State Fair (1945). Dos tempos gloriosos dos musicais da Fox resta Alice Faye, pois todos os outros intérpretes, incluindo os crooners Pat Boone e Bobby Darin, não conseguem fazer a música de Rodgers & Hammerstein voar alto. Para este filme, foram acrescentadas novas canções, assinadas apenas por Rodgers, já que Hammerstein morrera em 1960. O musical foi produzido por Charles Brackett para a Fox. DVD 3/5