Cabaret (1972) é um dos meus filmes preferidos de sempre. É um filme único, que não se confunde com nenhum outro. É um musical que na origem foi um musical da Broadway. É um marco na história dos musicais no cinema. É um musical passado em Berlin de 1930, é um musical político até à medula. Liza Minnelli teve aqui o passaporte para a eternidade, e por aqui aparece uma das mulheres mais bonitas que eu já vi: Marisa Berenson (que também entra em dois outros filmes da minha vida, Barry Lindon e Morte em Veneza). Que mais? Que comprei ainda no tempo do vinil a banda sonora deste filme. Pelo menos o refrão das canções sei de cor. Que ver o filme em sala de cinema é mais uma razão para amá-lo. Primeiro foi na Cinemateca Portuguesa em 1987 (!) e agora (2013) no cinema parisiense Le Brady. Que merece 5/5.
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Dumbo (Walt Disney, 1941)
Quarta longa-metragem de Walt Disney, quarto clássico absoluto. Dumbo não teve os meios de produção dos anteriores Branca de Neve, Fantasia e Pinóquio, mas consegue manter as qualidades desses filmes. Os três primeiros longas adaptam obras da grande cultura europeia (no caso de Fantasia, obras de música clássica), Dumbo adapta uma história recente para crianças de Helen Aberson-Mayer. Uma história que se passa nos Estados Unidos. A história do pequeno elefante Dumbo, diferente dos outros pelas enormes orelhas com que nasceu. Essa diferença começa por causar-lhe grande sofrimento, pois é criticado por todos à exceção do único amigo que o apoia, o rato Timothy. Depois fica famoso porque consegue voar com as orelhas e ganha o respeito e a admiração de todos. O filme é um musical: a banda sonora ganhou o Oscar (Best Scoring of a Musical Picture), e uma canção (Baby Mine) foi nomeada para o Oscar de Best Original Song. Paris Montparnasse 2013 & Bibliothèque 2019: 5/5
Dumbo foi o filme de Walt Disney que mais me marcou na infância. O pequeno elefante obrigado a saltar de um prédio em chamas não é imagem que uma criança esqueça facilmente. Revi há pouco o filme, na versão francesa, e verifiquei que é mais musical do que supunha. É a quarta longa-metragem da Disney e foi feito para cobrir as perdas provocadas pelo filme anterior da produtora, Fantasia. É um filme muito curto (1 hora), foi distribuído pela RKO Pictures e é um dos melhores filmes de Disney, com um par de personagens inesquecíveis (Dumbo e o ratinho Timothy) e algumas sequências de antologia. Paris 2018 Nouvel Odeon 5/5
Yolanda ant the Thief (1945)
A história passa-se num país (caricaturado) da América Latina (que estava na moda em Hollywood nos anos 40), que mais parece uma monarquia governada pela família Aquaviva, que, na verdade, detém o monopólio da economia do país. A fortuna Aquaviva tem uma nova e jovem herdeira, Yolanda (Lucille Bremer), que sai do convento (ou de uma escola religiosa) diretamente para o mundo dos negócios. Aparece então um estrangeiro caça-fortunas, um americano obviamente (Fred Astaire), que se faz passar pelo anjo da guarda da jovem crente e consegue retirar-lhe a fortuna. Mas há um verdadeiro anjo (Leon Ames) por perto (os anjos também estavam na moda no cinema americano da época) que vai aproximar o vigarista e a vítima no sentido do amor, do casamento e da procriação. Estamos em pleno terreno da fantasia, que o cinema musical tantas vezes pisa, levada aqui longe demais, o que talvez explique o desastre comercial do filme na estreia. Mas hoje ele faz a delícia dos amantes das comédias musicais. Tem um grande momento musical no ballet do sonho (ou antes, pesadelo) de Astaire, com coreografia de Eugene Loring, que antecipa o ballet do sonho de Gene Kelly em Um Americano em Paris. Há cenas de comédia saborosas (a primeira visita de Astaire ao palácio de Yolanda) e os momentos musicais e de dança são maravilhosos. Já é bastante. Paris: Le Desperado (2013) & Ecoles 21 (2018) 4/5
Yolanda ant the Thief (1945). Comédia musical. Realização: Vincente Minnelli. Produção: Arthur Freed (MGM). Argumento: Irving Brecher. Coreografia: Eugene Loring. Atores principais: Fred Astaire, Lucille Bremer, Frank Morgan, Mildred Natwick, Leon Ames. Música: Harry Warren, Lyrics: Arthur Freed.
Take Me Out To The Ball Game (1948)
Não me canso deste filme de Busby BERKELEY, que nem sequer é dos mais lembrados entre os musicais de Arthur Freed (MGM). Mas para além de uma história interessante de Gene Kelly e Stanley Donen (uma equipa de basebol passa a ser dirigida por uma mulher, que altera todos os hábitos dos jogadores), o filme tem várias cenas musicais, com muitos números de dança, verdadeiramente encantadoras. São sobretudo os homens que dançam e pertencem a eles as melhores cenas. Como a do trio que festeja um triunfo no jogo (Gene Kelly, Frank Sinatra e Jules Munshin), umas melhores. As coreografias são de Gene Kelly e Stanley Donen. E as canções, mesmo não tendo ultrapassado o contexto do filme, são brilhantes. Foram escritas por Betty Comden, Adolph Green e Roger Edens. A cada vez que revejo o filme, melhor o pontuo. Paris 2018 4,5/5
Uma equipa de baseball muda de manager. A expectativa é grande quanto à identidade do novo chefe mas a surpresa não poderia ser maior: é uma mulher. Desta ideia de partida tão simples e tão sugestiva (ideia e história de Gene Kelly e Stanley Donen) nasceu um grande musical numa época em que esse género prosperava em quantidade e em qualidade. Há tantas cenas antológicas neste filme despretensisoso, em que a fantasia própria dos musicais se transforma em graça contagiante! Gene Kelly e Frank Sinatra formam uma dupla que terá direito a três filmes, nos quais Kelly faz sempre de garanhão e Sinatra de ingénuo. Este foi o último filme inteiramente realizado por Busby Berkeley, um mago da coreografia que revolucionou a comédia musical em 1933 com 42nd Street. Quando as comédias musicais são inteligentes e em estado de graça como esta, tê-la visto várias vezes num curto espaço de tempo só fez aumentar o meu apreço pela mesma. DVD (2011) Le Desperado (2013) e Cinemateca francesa (2015). Nota: 4/5
Quero Sonhar Contigo/Carefree (Mark Sandrich, 1938)
Carefree é um dos meus filmes preferidos da dupla Fred Astaire-Ginger Rogers. É um filme que alia os méritos da screwball comédia dos anos 30 com a arte musical de Fred, Ginger e Irving Berlin. Tudo se passa no meio sofisticado dos americanos ricos e dos profissionais liberais: Ginger é uma estrela da rádio, Fred um psiquiatra que vai tratar dela e ainda cruzarmos com um juiz. Problemas de dinheiro eliminados, a história pode incluir uma dieta de lagosta com maionese, tardes a andar de bicicleta e dedicar-se ao tiro e jantares formais e luxuosos. Ginger troca de noivo é a história de Carefree, e essa troca de parceiro ("change partners" diz a canção de Berlin que Fred canta para Ginger) faz-se com muito humor (ri do princípio ao fim do filme) e muita dança e música de uma qualidade que não encontramos mais no cinema de hoje. Paris: Le Desperado 2013 & 2015 (5/5)
An American in Paris (Vincente Minnelli, 1951)
Um dos milagres da história do cinema. É daqueles filmes que revejo sempre com um prazer renovado. Impossível encontrar no cinema de hoje o humor e a graça (sobretudo do movimento) que este filme propõe. O bailado final é um clássico em si e a dança amorosa de Gene Kelly e Leslie Caron nos cais do Sena é mágica (que Woody Allen recuperou num dos seus filmes). Que dizer do humor da introdução das personagens no início do filme, feita com uma voz off perfeita e uma câmara ágil que entra e sai nas casas parisienses. E a primeira cena, com o acordar de Gene Kelly e a sua dança subtil no estúdio onde mal cabe. E a cena do baile de máscaras, etc. etc. Esta Paris de Hollywood (MGM) nunca existiu, é um conto de fadas que o século XX ainda se permitia ter. É a quarta vez que vejo o filme em sala: vi-o em 1998 no Rivoli (Porto) e depois na Filmothèque du Quartier Latin em 2009, em 2013 e agora para abrir o ano de 2015. Paris, Filmothèque du Quartier Latin 5/5
High Society (Charles Walters, 1956)
Este clássico da comédia musical é importante por vários motivos. Trata-se do último filme de Grace Kelly, antes da sua passagem para a realeza europeia. Duas instituições americanas encontraram-se pela primeira vez num filme: Frank Sinatra e o seu ídolo Bing Crosby. E Louis Armstrong tem uma participação extensa com a sua orquestra. Além disso, Cole Porter assina as composições originais deste filme que é uma espécie de remake musical do famoso The Philadelphia Story, peça de 1939, que deu origem ao filme de George Cukor de 1941, com Katharine Hepburn na protagonista de ambas as produções. High Society é bem inferior a The Philadelphia Story e nessa comparação reside o principal problema. A energia e o ritmo do filme de Cukor, uma das melhores comédias de sempre, nunca são igualados e os atores-cantores não têm o talento de Hepburn e Cary Grant. Tinha visto filme em 2013 e quis vê-lo novamente na Cinemateca Francesa pensando que se tratava de uma cópia restaurada. Não foi assim. Curiosamente, na sessão a que assisti havia uma claque que aplaudia os números musicais, sobretudo os de Louis Armstrong e no final houve muitos aplausos. Sinal de que os espetadores não se enganaram quando em 1956 fizeram de High Society um dos dez filmes mais vistos nos EUA. Paris: Le Desperado 2013 & Cinemateca Francesa 2015 3/5
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