Mostrar mensagens com a etiqueta Cinema V2018. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cinema V2018. Mostrar todas as mensagens

HONOLULU (Edward Buzzell, 1939)

HONOLULU (Edward Buzzell, 1939)
Uma estrela de cinema (Robert Young), farto do assédio das fãs, encontra por acaso um sósia e decide trocar com ele os planos  que têm para os dias seguintes. O ator viaja para Honolulu, para as plantações que pertencem ao seu sósia, e este viaja para Nova Iorque. Como nem os familiares nem os amigos mais chegados se apercebem da troca, multiplicam-se as cenas cómicas próprias deste tipo de história. Esta comédia (o realizador, Edward Buzzell, dirigiu os irmãos Marx em dois filmes) é enriquecida por momentos musicais pouco entusiasmantes (mas gostei bastante da dança de Eleanor Powell), com música de Georgie Stoll e Franz Waxman. A mesma MGM que produziu Honolulu estava a preparar uma revolução na comédia musical, Wizard of Woz. Vila do Conde 1.2018 DVDTECA 3/5

MULAN (1998)

MULAN (Tony Bancroft e Barry Cook,1998)
Mulan, uma bela jovem, para evitar que o seu velho pai vá para a guerra, veste-se de rapaz e vai no lugar dele. E assim começa um filme de aventuras que tem a mitologia da China como tema. Não está, longe disso, entre os meus filmes preferidos da Disney, apesar da qualidade habitual da sua produção. A música de Jerry Goldsmith foi nomeada (Best Original Score) para o Oscar e para o Golden Globe e ganhou o Annie. A canção "Reflection" foi nomeada (Best Original Song) para o Golden Globe. As músicas de Mulan são da autoria de Matthew Wilder (música) e David Zippel (lyrics). No total recebeu 10 Annies. VC 1.2018 DVDTECA 3/5

Mamma Mia: Here We Go Again! (2018)

MAMMA MIA: HERE WE GO AGAIN! (2018)
Mamma Mia: Here We Go Again! (2018), com argumento do próprio realizador, Oliver Parker, é a sequela de Mamma Mia! (2008), enorme sucesso de bilheteira naquele ano. Este segundo filme está uns pontos abaixo do primeiro, devido sobretudo à ausência de novidade, mas também à ausência de Meryl Streep, que reinava sobre o elenco do primeiro filme. A personagem de Streep, Donna, faleceu faz um ano e a sua filha Sophie (Amanda Seyfried) decide reinaugurar a casa-hotel de Donna. Enquanto esperamos por esse dia, e perante a expectativa sobre quem aparecerá na festa (os três pais, o namorado, virão?), assistimos à história da jovem Donna (Lily James), ao seu envolvimento com três rapazes antes de se instalar na ilha grega para ter e criar a filha. Esta história, inspirada e fluente, é de Oliver Parker, Catherine Johnson e Richard Curtis, três britânicos. Johnson é a autora do livro que inspirou o musical londrino e escreveu o argumento do primeiro filme. Curtis assinou algumas das comédias românticas mais memoráveis desde os anos 90. Eles sabem o que fazem. No elenco, o destaque vai para Lily James, que dá vida à jovem Donna, e para Cher, que domina a sequência final com a sua voz grave e andrógina, que dá uma dimensão surpreendente às cancões dos Abba, normalmente associadas a timbres agudos e melodiosos. Obviamente que todo o encanto irresistível do filme assenta nas canções dos Abba, que resistem a qualquer canto amador. Foi um prazer ver este filme, mesmo na versão dobrada brasileira. Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo, agosto de 2018, em Salvador, Bahia 4/5
Elenco: Donna (Meryl Streep), Sophie (Amanda Seyfried), jovem Donna (Lily James), Tanya (Jessica Keenan Wynn), Rosie (Alexa Davies), Harry (Hugh Skinner), Sam (Jeremy Irvine), Bill (Josh Dylan),  Dominic Cooper, Pierce Brosnan, Colin Firth.
Números musicais:
When I Kissed the Teacher (Young Donna and the Dynamos, Vice-Chancellor) 
I Wonder (Departure) (Young Donna and the Dynamos)
One of Us (Sophie, Sky)
Waterloo (Young Harry, Young Donna)
Why Did It Have to Be Me? (Young Bill, Young Donna, Young Harry)
I Have a Dream (Young Donna)
Kisses of Fire (Lazaros)
Andante, Andante (Young Donna)
The Name of the Game (Young Donna)
Knowing Me, Knowing You (Young Donna, Young Sam)
Mamma Mia (Young Donna and the Dynamos)
Angel Eyes (Rosie, Tanya, Sophie)
Dancing Queen (Sophie, Rosie, Tanya, Sam, Bill, Harry)
I've Been Waiting for You (Sophie, Rosie, Tanya)
Fernando (Ruby, Fernando)
My Love, My Life (Young Donna, Donna, Sophie) 
Super Trouper (Ruby, Donna, Rosie, Tanya, Sophie, Sky, Sam, Bill, Harry, Fernando, Young Donna, Young Rosie, Young Tanya, Young Bill, Young Sam, Young Harry) 
The Day Before You Came (Donna)

Peau d' âne (1970)

Filme de Jacques Demy

Jacques Demy adapta o conto Peau d'âne de Charles Perrault (1694) e não havia melhor realizador para fazê-lo. Demy volta a contar com a colaboração preciosa de Catherine Deneuve, no papel de protagonista, e de Michel Legrand, que assina a música. O filme tem um impacto visual impressionante em parte assente nos sumptuosos figurinos de Deneuve e dos reis (Jean Marais e Delphyne Seyrig). Não é um dos melhores filmes de Demy (mas foi o seu maior sucesso de bilheteira), não deixando de ser merecedor do culto que tem hoje entre os cinéfilos. Paris 2018 Ecoles 21: 3,5/5

THE BODYGUARD (Mick Jackson, 1992)

Nunca tinha visto este filme famoso dos 90s. Uma história romântica entre um guarda-costas (Kevin Costner) e uma cantora pop (Whitney Houston), ameaçada de morte por um desconhecido. O melhor do filme é talvez o seu pior: as estrelas que o protagonizam. Whitney Houston não era de facto boa atriz e Costner tem uma interpretação demasiado contida. Mas o filme acaba por ser um fenómeno pop da sua época porque juntou duas das maiores e mais carismáticas estrelas do início dos 90s. PV 2018:  2,5/5

Whitney (Kevin Macdonald, 2018)

Os heróis americanos parecem ter sempre umas falhas algures (muitos vezes na infância) que se prestam divinamente ao tratamento cinematográfico de Hollywood. Whitney Huston subiu agora o último degrau do Olimpo, não com a morte mas com esta via dolorosa em forma de documentário mas que tem a força dramática de um biopic. Muito bom. Paris 3,5/5

The Wizard of Oz (1939)

Realização de Victor Fleming
The Wizard of Oz é um dos filmes mais icónicos do cinema. Na verdade, um facto cultural da maior relevância do século 20. Consagrou o tecnicolor, deu origem a uma das carreiras mais incríveis do showbizz (Judy Garland), deu-nos um clássico do cancioneiro americano (Over the Rainbow, de Harold Arlen e Yip Harburg), que venceu o Oscar para Best Original Song, iniciou o período mais famoso dos musicais da história, o dos musicais em tecnicolor da MGM (quase sempre produzidos por Arthur Freed). Herbert Stothart também recebeu o oscar para Best Original Score. Apesar de uma produção atribulada (teve cinco realizadores), o milagre está à vista, vê-se e escuta-se sempre que voltamos a ele. Um dos poucos filmes realmente para todas as idades e sensibilidades. A viagem de Dorothy e dos seus amigos, imperfeitos e incompreendidos, em busca de justiça e... amor, é das histórias mais emocionantes que conheço. Para rever sempre. Paris 2018: 5/5 

Realização: Victor Fleming, King Vidor Argumento: Noel Langley, Florence Ryerson, Edgar Allan Woolf Produtora: MGM - Metro-Goldwyn-Mayer  Produtor: Mervyn LeRoy  Produtor associado: Arthur Freed  Fotografia: Harold Rosson Coreografia: Bobby Connolly, Arthur Appell Autores da música: Harold Arlen & Edgar "Yip"  Intérpretes:  Judy Garland (Dorothy Gale), Frank Morgan (o rofessor Marvel/o feiticeiro de Oz), Ray Bolger (Hunk), Bert Lahr (Zeke), Jack Haley (Hickory), Billie Burke (Glinda), Margaret Hamilton (Almira Gulch), Charley Grapewin (o tio Henry), Pat Walshe (Nikko), Clara Blandick (a tia Em), The Singer Midgets (The Munchkins), Mitchell Lewis (un guarda), Lois January (a mulher de Emerald City com o gato), Prince Denis (um Munchkin), Ethel W. Denis (uma Munchkin), Jerry Maren (um Munchkin).

Foi com este filme (de Victor FLEMING) que começou o período mais glorioso dos musicais no cinema, com Arthur Freed como o grande arquitecto e Judy Garland a grande estrela feminina. Over the Rainbow recebeu o óscar (assim como a banda sonora), e tornou-se num dos grandes clássicos de Hollywood. Mas o melhor é mesmo a criação de um clássico do cinema para todas as idades a partir de um esquecido livro. Não é uma adaptação é uma criação superior a matéria de partida. Paris 2021 L'archipel 5/5


The Wizard of Oz é um dos filmes mais icónicos do cinema. Na verdade, um facto cultural da maior relevância do século 20. Consagrou o tecnicolor, deu origem a uma das carreiras mais incríveis do showbizz (Judy Garland), deu-nos um clássico do cancioneiro americano (Over the Rainbow, de Harold Arlen e Yip Harburg), que venceu o Oscar para Best Original Song, iniciou o período mais famoso dos musicais da história, o dos musicais em tecnicolor da MGM (quase sempre produzidos por Arthur Freed). Herbert Stothart também recebeu o oscar para Best Original Score. Apesar de uma produção atribulada (teve cinco realizadores), o milagre está à vista, vê-se e escuta-se sempre que voltamos a ele. Um dos poucos filmes realmente para todas as idades e sensibilidades. A viagem de Dorothy e dos seus amigos, imperfeitos e incompreendidos, em busca de justiça e... amor, é das histórias mais emocionantes que conheço. Para rever sempre. Paris 2018 5/5 
Realização: Victor Fleming, King Vidor 
Argumento: Noel Langley, Florence Ryerson, Edgar Allan Woolf 
Produtora: MGM - Metro-Goldwyn-Mayer  
Produtor: Mervyn LeRoy  
Produtor associado: Arthur Freed  
Fotografia: Harold Rosson 
Coreografia: Bobby Connolly, Arthur Appell 
Autores da música: Harold Arlen & Edgar "Yip"  
Intérpretes:  

Judy Garland (Dorothy Gale), Frank Morgan (o rofessor Marvel/o feiticeiro de Oz), Ray Bolger (Hunk), Bert Lahr (Zeke), Jack Haley (Hickory), Billie Burke (Glinda), Margaret Hamilton (Almira Gulch), Charley Grapewin (o tio Henry), Pat Walshe (Nikko), Clara Blandick (a tia Em), The Singer Midgets (The Munchkins), Mitchell Lewis (un guarda), Lois January (a mulher de Emerald City com o gato), Prince Denis (um Munchkin), Ethel W. Denis (uma Munchkin), Jerry Maren (um Munchkin).

One Hour with You (Ernst Lubitsch, 1932)

One Hour with You é uma comédia sexual de uma ousadia que não conhecemos em Hollywood durante 30 ou 40 anos após a instauração do código Hays (1934). O filme é uma opereta (com música de Oscar Strauss e letras de Leo Robin) sobre um médico (Maurice Chevalier) assediado por uma amiga (Genevieve Tobin) da sua mulher (Jeanette MacDonald). Tudo é muito ligeiro e muito cómico, com Chevalier e Lubitsch marcando o estilo do filme com a sua forma única de comunicar com o público. Paris 2018 FQL 3,5/5

Mary Poppins Returns (2018)

O REGRESSO DE MARY POPPINS
Realização: Rob Marshall
Estreia em Portugal: 20/12/2018
NOS Audiovisuais 

Para já ainda só vi O Retorno de Mary Poppins, versão em português de Mary Poppins Returns (Rob Marshall, 2018). Não apenas as falas como também as canções são em português (do Brasil) e o resultado é excelente. Para tal, a Disney recorreu a atores-cantores brasileiros com experiência em musicais (o Brasil é um dos principais produtores de musicais do mundo) como Bruna Guerin (Mary Poppins), Thiago Machado (Jack), Andressa Mazzei (Topsy), Leandro Luna (Michael Banks), além de Nicolas Cruz e Gigi Patta. Como o filme é muito bom, logo que possa vejo o original Mary Poppins Returns, com legendas. Brasil Salvador 4/5





Hairspray (2007)

Filme de Adam Shankman

Agora que revi Hairspray (vi-o na estreia em 2007 no UGC Les Halles) não tenho qualquer dúvida tratar-se de um dos musicais mais inspirados e mais encantadores dos útimos 20 anos. Tudo começou com o filme Hairspray, também musical, escrito e realizado por John Waters em 1988. Não foi um sucesso comercial mas tornou-se num filme de culto. Em 2002 foi transformado num musical da Broadway, mantendo as linhas gerais da história e as personagens, mas tanto quanto sei a música é completamente original, tendo sido composta para o musical da Broadway. Marc Shaiman compôs a música e escreveu as letras, escritas em colaboração com Scott Wittman. O filme de Adam Shankman adapta o musical da Broadway, que foi um enorme sucesso e continua a ser representado. Acredito que o filme mantem intactas as qualidades do musical. Uma história que mistura lutas sociais (raciais) com programas populares de televisão, mensagem social com entretenimento televisivo. Traci Turnblad é uma adolescente gordinha, de classe média-baixa, que vai lutar contra todos os preconceitos sociais e culturais dos anos 50, e triunfar sobre eles. Uma luta e ascensão pontuadas por grandes canções que aliam os géneros populares daqueles anos: soul, rock, pop. Um filme que vou querer rever mais vezes. Vila do Conde 4/5

Elenco: Nikki Blonsky (Tracy Turnblad), John Travolta (Edna Turnblad), Christopher Walken (Wilbur Turnblad), Michelle Pfeiffer (Velma Von Tussle), Zac Efron (Link Larkin), Brittany Snow (Amber Von Tussle)  

Números musicais: 
"Good Morning Baltimore" – Tracy (Nikki Blonsky)  "The Nicest Kids in Town" – Corny and Council Members (James Marsden)  "It Takes Two" – Link (Zac Efron)  "(The Legend of) Miss Baltimore Crabs" – Velma and Council Members (Michelle Pfeiffer) "I Can Hear the Bells" – Tracy (Nikki Blonsky)  "Ladies' Choice" – Link (Zac Efron)  "The Nicest Kids in Town (Reprise)" – Corny, Council Members, Penny, Edna, Wilbur (James Marsden)  "The New Girl in Town" – Amber, Tammy, Shelley, and The Dynamites (Brittany Snow)  "Welcome to the 60's" – Tracy, Edna, The Dynamites, and Hefty Hideaway Employees (Nikki Blonsky & John Travolta)  "Run and Tell That" – Seaweed, Little Inez, and Detention Kids (Elijah Kelley ft. Taylor Parks)  "Big, Blonde and Beautiful" – Motormouth (Queen Latifah)  "Big, Blonde and Beautiful (Reprise)" – Velma and Edna (Michelle Pfeiffer & John Travolta)  "(You're) Timeless to Me" – Wilbur and Edna (Christopher Walken & John Travolta)  "I Know Where I've Been" – Motormouth (Queen Latifah)  "Without Love" – Link, Tracy, Seaweed, Penny, and Detention Kids (Zac Efron, Nikki Blonsky, Elijah Kelley, Amanda Bynes)  "(It's) Hairspray" – Corny and Council Members (James Marsden)  "You Can't Stop the Beat" – Company (Nikki Blonsky, Zac Efron, Amanda Bynes, Elijah Kelley, John Travolta and Queen Latifah)  "Come So Far (Got So Far to Go)" (end credits) – (Queen Latifah, Zac Efron, Nikki Blonsky, and Elijah Kelley)  "Mama, I'm a Big Girl Now" (end credits) – Ricki Lake, Marissa Jaret Winokur, and Nikki Blonsky with Harvey Fierstein  "Cooties" (end credits) – Aimee Allen

Young at Heart (Gordon Douglas, 1955)

Young at Heart (1955) é um drama musical estrelado por Doris Day e Frank Sinatra, mas o que ficou de mais duradouro desta produção é a canção Young at Heart, que foi um enorme sucesso pop de Sinatra e acabou por batizar o filme. A família Tuttle é muito musical, cantam, tocam e atraem músicos para a sua casa com três filhas solteiras (Doris Day, Elisabeth Fraser e Dorothy Malone). Pouco a pouco elas vão encontrando o seu par ideal, mas a escolha não se revela a mais acertada. VC 2018 DVD 3/5

A Star is Born (2018)

Realização de Bradley Cooper
Estreia nos EUA: 24/09/2018

Um dos melhores filmes musicais dos últimos anos, que se revê com prazer. Um remake à altura dos anteriores filmes nos quais se baseia. Paris 2018 & 2022 Archipel 4/5

Les Demoiselles de Rochefort (1966)

Esta é uma das melhores comédias musicais que conheço. Uma obra que não se confunde com os musicais americanos que são aliás a sua principal influência: a homenagem está no filme, na personagem de Gene Kelly, que volta a Rochefort para encontrar uma mulher da sua juventude. Mas no centro do filme estão as demoiselles do título, irmãs e artistas no filme e na vida real também (Catherine Deneuve e Françoise Dorléac). A cidade de Rochefort saiu imortalizada por este filme, pois o filme é quase todo filmado nas ruas (e na grande praça) da cidade. Ninguém mais ousa hoje pôr uma cidade a dançar e a cantar como Demy fez com Rochefort, Cherbourg (Les parapluies) ou Nantes (Une chambre en ville). 
Paris Le Nouveau Latina (2008) & Ecoles 21 (2008) 4,5/5

The Pirate (1948)

The Pirate foi um sério fracasso comercial, um dos raros da equipa de Arthur Freed (MGM). Mas hoje o filme é regularmente exibido nas salas e apresenta várias razões para não cair no esquecimento. Há o par mítico formado por Gene Kelly e Judy Garland, que cantam e dançam para a eternidade. Há as canções de Cole Porter (e score de Lennie Hayton), uma das quais fica logo no ouvido: Be a Clown. Há as coreografias (de Gene Kelly?). E há a história que bebe no fantástico, como por vezes aconteceu nos musicais (Brigadoom). Num país das Caraíbas, a jovem Manuela sonha com o pirata Macoco, o terror dos mares, mas que para ela tem uma personalidade romântica. Noiva do cacique local (que é o próprio Macoco disfarçado e reformado), ela conhece um ator que se faz passar por Macoco para conquistá-la, pondo a sua própria vida em perigo. Um musical desigual mas cheio de boas memórias.  Paris 4/5

Pitch Perfect 3 (2017)

Pitch Perfect 3 (realização de Trish Sie) fecha uma trilogia que não terá continuação, decisão sensata porque a fórmula esgotou-se. As Bellas, grupo universitário feminino a capella, passaram os três filmes em competições que obviamente venceram, de uma forma ou de outra. Em Pitch Perfect 3 o objetivo era serem escolhidas, entre város grupos, para fazer a primeira parte dos show de um DJ conhecido. No final, apenas Becca (Anna Kendrick) é escolhida mas a honra do grupo foi salva. A trilogia é um raro exemplo do buddy movie feminino, com muita comédia à mistura (especialidade de Rebel Wilson) mas sobretudo muitos números musicais, que substituem a ação dos buddy movies masculinos pois é através da música que a tensão entre os concorrentes se exprime e se resolve. Uma das melhores coisas destes filmes é a redescoberta de temas populares em versões bem diferentes das originais, como Freedom, de George Michael. Paris 2018 Bibliothèque 3/5 

Yentl (Barbra Streisand, 1983)

YENTL (1983)


Uma jovem mulher, iniciada pelo seu pai no estudo da religião judaica, tem de passar por rapaz para continuar os estudos. Estamos no início do século XX, na Polónia, e a divisão do trabalho entre os sexos é de rigor. O filme foi co-escrito (com base num conto de Isaac Bashevis Singer), co-produzido, realizado e interpretado por Barbra Streisand que faz ainda o que o filme tem de melhor: interpreta as maravilhosas canções de Michel Legrand (como Papa, Can You Hear Me? ou The Way He Makes Me Feel). Já me tinha esquecido um pouco do filme, mas não da sua banda sonora (que recebeu o Academy Award). Este drama romântico sem a parte musical teria pouco interesse, já que a realização de Barbra não é muito inspirada, mas valeu-lhe mesmo assim dois Golden Globe Awards: Best Motion Picture—Musical or Comedy e Best Director. DVD 4/5



A distribuidora Lost Films teve a excelente ideia de repor nas salas uma cópia restaurada, imaculada, da estreia de Streisand na realização. Na verdade, Yentl foi o primeiro filme de Hollywood a ser escrito, produzido, realizado e interpretado por uma mulher. Na estreia não foi um grande sucesso, mas mesmo assim ficou para a história do cinema musical. Barbra ganhou o Golden Globe de melhor realização, mas foi a banda sonora de Michel Legrand que levou o prémio mais cobiçado, o Oscar, e duas das suas cancões fora nomeadas para o Oscar de melhor canção: Papa, Can You Hear Me? e The Way He Makes Me Feel. Como se sabe Yentl é uma jovem judia que aprendeu o Talmud com o pai, num momento (início do século 20 na Europa de Leste) em que esse ensino é proibido às mulheres. Depois da morte do pai, para continuar os estudos veste-se e apresenta-se como homem numa escola religiosa, onde se apaixona pelo seu melhor amigo. O filme é claramente feminista e contemporâneo quando trata da questão do travestimento e das relações sexualmente ambíguas entre os protagonistas. Como musical não apresenta grandes novidades, ainda que todas as canções sejam cantadas por Barbra Streisand (feito raro) e não haja qualquer dança. Mas a banda sonora original, que vendeu mais de três milhões de cópias, não permite o esquecimento do filme pelo menos entre os fãs dos musicais. Paris 2018 Max Linder 4/5
Reprise Lost Films, 12/12/2018

Mamma Mia: Here We Go Again! (Oliver Parker, 2018)

Mamma Mia: Here We Go Again! (2018), com argumento do próprio realizador, Oliver Parker, é a sequela de Mamma Mia!(2008), enorme sucesso de bilheteira naquele ano. Este segundo filme está uns pontos abaixo do primeiro, devido sobretudo à ausência de novidade, mas também à ausência de Meryl Streep, que reinava sobre o elenco do primeiro filme. A personagem de Streep, Donna, faleceu faz um ano e a sua filha Sophie (Amanda Seyfried) decide reinaugurar a casa-hotel de Donna. Enquanto esperamos por esse dia, e perante a expectativa sobre quem aparecerá na festa (os três pais, o namorado, virão?), assistimos à história da jovem Donna (Lily James), ao seu envolvimento com três rapazes antes de se instalar na ilha grega para ter e criar a filha. Esta história, inspirada e fluente, é de Oliver Parker, Catherine Johnson e Richard Curtis, três britânicos. Johnson é a autora do livro que inspirou o musical londrino e escreveu o argumento do primeiro filme. Curtis assinou algumas das comédias românticas mais memoráveis desde os anos 90. Eles sabem o que fazem. No elenco, o destaque vai para Lily James, que dá vida à jovem Donna, e para Cher, que domina a sequência final com a sua voz grave e andrógina, que dá uma dimensão surpreendente às cancões dos Abba, normalmente associadas a timbres agudos e melodiosos. Obviamente que todo o encanto irresistível do filme assenta nas canções dos Abba, que resistem a qualquer canto amador. Foi um prazer ver este filme, mesmo na versão dobrada brasileira. Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo, agosto de 2018, em Salvador, Bahia 4/5 
Elenco: Donna (Meryl Streep), Sophie (Amanda Seyfried), jovem Donna (Lily James), Tanya (Jessica Keenan Wynn), Rosie (Alexa Davies), Harry (Hugh Skinner), Sam (Jeremy Irvine), Bill (Josh Dylan),  Dominic Cooper, Pierce Brosnan, Colin Firth.
Números musicais:
When I Kissed the Teacher (Young Donna and the Dynamos, Vice-Chancellor) 
I Wonder (Departure) (Young Donna and the Dynamos)
One of Us (Sophie, Sky)
Waterloo (Young Harry, Young Donna)
Why Did It Have to Be Me? (Young Bill, Young Donna, Young Harry)
I Have a Dream (Young Donna)
Kisses of Fire (Lazaros)
Andante, Andante (Young Donna)
The Name of the Game (Young Donna)
Knowing Me, Knowing You (Young Donna, Young Sam)
Mamma Mia (Young Donna and the Dynamos)
Angel Eyes (Rosie, Tanya, Sophie)
Dancing Queen (Sophie, Rosie, Tanya, Sam, Bill, Harry)
I've Been Waiting for You (Sophie, Rosie, Tanya)
Fernando (Ruby, Fernando)
My Love, My Life (Young Donna, Donna, Sophie) 
Super Trouper (Ruby, Donna, Rosie, Tanya, Sophie, Sky, Sam, Bill, Harry, Fernando, Young Donna, Young Rosie, Young Tanya, Young Bill, Young Sam, Young Harry) 
The Day Before You Came (Donna)

A Chorus Line (Richard Attenborough, 1985)

A Chorus Line, o filme, não ficou para a história, nem sequer para a história dos musicais no cinema. Mas a versão teatral é um dos maiores êxitos de sempre da Broadway. O filme, porém, é muito pouco lembrado e quase só encontrei referências negativas. Mas eu gostei de o ver. Até revi várias sequências mais marcantes. A Chorus Line é um musical sobre a produção e arte dos musicais, um tema tão antigo quanto a história dos musicais no palco e no cinema. Um diretor (Michael Douglas) tem de escolher friamente, entre os bailarinos que se apresentam para uma audição, aqueles que farão parte de um espetáculo futuro. A história centra-se nas motivações e angústias dos bailarinos e passa-se no palco onde decorre a audição. Deve ter sido difícil transpor esta história para o cinema, de tão estática apesar do movimento constante dos dançarinos. A realização de Richard Attenborough não esteve à altura do potencial do original, ele não é de todo Bob Fosse. Já a música é memorável, em especial o clássico "One", de Marvin Hamlisch e Edward Kleban (que assinam todas as canções). O argumento é de Arnold Schulman, que adapta o musical homónimo (1975) de James Kirkwood Jr e Nicholas Dante. Atores: Michael Douglas (Zach, o coreógrafo), Alyson Reed (Cassie), Terrence Mann (Larry, coreógrafo asssistente), Sharon Brown (Kim, secretária de Zach). Visto em DVD: 3,5/5 
Números musicais:  
"I Hope I Get It" (com todo o elenco) 
"Who Am I Anyway?" (Paul) 
"I Can Do That" (Mike) 
"At the Ballet" (Sheila, Bebe e Maggie) 
"Surprise, Surprise" (Richie e os dançarinos) 
"Nothing" (Diana)  
"Dance: Ten; Looks: Three" (Val) 
"Let Me Dance for You" (Cassie) 
"One" (ensaio com todo o elenco) 
"What I Did for Love" (Cassie) 
"One" (Finale com todo o elenco)

Pin Up Girl (Bruce Humberstone, 1944)


Vi este filme várias vezes de seguida, por vezes como filme de fundo (como a música ambiente) prestando atenção nas sequências mais engraçadas e algumas sequências musicais mais atraentes. Pin Up Girl é o típico filme feito para animar os americanos durante a guerra, os que ficavam no país, os que iam partir. Escapismo que ainda hoje comove muitos cinéfilos. A história envolve uma loira (Betty Grable) e soldados (ela fica noiva de algumas centenas) mas desenvolve-se como uma comédia romântica pois essa loira, que é secretária mas faz-se passar por cantora, tem de desfazer esse imbróglio que criou para ficar com o soldado que ama (mas que no início rejeitava). Uma história banal mas cómica, pontuada por números musicais que ninguém se atreve a fazer mais: dança sobre patins, dezenas de dançarinos em coreografias miltares (entre outras), duplas de cómicos-dançarinos, e as cantoras de charme, loiras e morenas, que se revezam e se disputam (a loira, ganha, claro). Todos se divertem e o espectador também. VC 4/5  

Pin Up Girl (1944). Comédia musical em Technicolor. Realizada por Bruce Humberstone. Produzida por William LeBaron (para a Fox). Argumento de Robert Ellis, Helen Logan e Earl Baldwin, que adaptam o conto Imagine Us! (1942) de Libbie Block. Elenco: Betty Grable, John Harvey, Martha Raye, Joe E. Brownd e Charlie Spivak and His Orchestra. Música de James V. Monaco (music) e Mack Gordon (lyrics). Coreografia Hermes Pan. Estreia em Portugal: Quinhentos Noivos para uma Noiva a 5/2/1945.


As canções de Pin Up Girl:
You're My Little Pin Up Girl (James V. Monaco & Mack Gordon) 
Intérpretes: Coro, músicos não creditados e Betty Grable dançado pelos Condos Brothers
  
Time Alone Will Tell Music  (James V. Monaco & Mack Gordon)
Intérpretes: June Hutton e The Stardusters com Charlie Spivak and His Orchestra

Red Robins, Bobwhites and Bluebirds Music  (James V. Monaco & Mack Gordon) Intérpretes:  Martha Raye, dançado por Gloria Nord e os Skating Vanities
   
Don't Carry Tales out of School Music  (James V. Monaco & Mack Gordon) 
Intérpretes: Betty Grable e coro com Charlie Spivak and His Orchestra
  
Yankee Doodle Hayride Music (James V. Monaco & Mack Gordon) 
Intérpretes: Martha Raye com Charlie Spivak and His Orchestra 
Dançado pelos Condos Brothers

Once Too Often (James V. Monaco & Mack Gordon) 
Intérpretes:  Betty Grable, Hermes Pan e Angela Blue com Charlie Spivak and His Orchestra 

The Story of the Very Merry Widow (James V. Monaco & Mack Gordon) 
Intérpretes: Betty Grable com coro

Lucky Me (Jack Donohue, 1954)

Lucky Me é uma comédia musical com Doris Day, uma daquelas comédias ligeiras, deliciosamente patetas (e wasp) que se faziam à volta da atriz. As coreografias são mínimas e o canto de Day é pouco expressivo, mas tudo isso está em sintonia com a pouca ambição do argumento. Day e alguns amigos do teatro de vaudeville (destaque para o cómico Phil Silvers) tentam montar um show mais ambicioso, ao mesmo tempo que ela conhece um estranho (Robert Cummings) por quem se apaixona, que vem a ser um famoso songwriter. Lucky Me foi o primeiro musical feito em CinemaScope. VC 2,5/5