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INTO THE WOODS (1987)

Musical de Stephen Sondheim

O Théâtre du Châtelet continua a apresentar obras de Stephen Sondheim, talvez o mais operático de todos os grandes compositores de musicais americanos. Tendo visto pelo menos três ou quatro ao longo dos últimos anos, torna-se claro para mim que é um enorme compositor independentemente da área musical que se considere.  Into the Woods parte do imaginário dos contos de fadas, tal como foram revistos ou interpretados pelo psicanalista Bruno Bettelheim, para criar um espetáculo inteligente, irreverente e surpreendente. Assim, numa mesma história aparecem várias personagens de todos conhecidas (Cinderela, Capuchinho Vermelho, Rapunzel, etc.). Não existem aqui, como nos melhores musicais clássicos, canções que fiquem de imediato no ouvido e podem ganhar vida própria (como grande parte do cancioneiro americano, proveniente das comédias musicais da Broadway). Mas o tecido instrumental e as partes vocais vão-se sucedendo originando uma obra de grande beleza musical. Além disso o que se passa no palco também é uma maravilha. Uma encenação e direção de atores-cantores sem mácula fazem do espetáculo do Châtelet um dos melhores que já vi. Em maio e junho já estão programados óperas e musicais de John Adams (The Flowering Tree) e Richard Rodgers (The King and I). Depois de tantos excelentes espetáculos a que assisti no Châtelet, não faltarei à chamada para ver estas duas produções. Into the Woods (1987) Música e lyrics de Stephen Sondheim e libreto de James Lapine. Paris, abril de 2014 Théâtre du Châtelet 5/5

PASSION (1994)

Musical de Stephen Sondheim

A criação francesa do musical de Stephen Sondheim, Passion (Broadway, 1994), com libreto de James Lapine, ocorreu esta semana pelas mãos de duas estrelas francesas: a diva lírica Natalie Dessay e a atriz Fanny Ardant, no papel de encenadora. Passion conta a história de uma paixão ou de várias paixões em torno de um militar, apaixonado por uma jovem e bela mulher casada e perseguido por outra mulher menos jovem, feia e doente (Fosca). A paixão masculina vai passar de uma a outra mulher e é essa metamorfose imprevisível mas irresistível que concentra o interesse da história, talvez mais do que a heroína Fosca. Esta dera o título a um romance italiano (1869) que por sua vez inspirou um filme de Ettore Scola (1981). O musical de Sondheim bebe mais no romance do que no filme, pelo que li. Natalie Dessay compõe uma Fosca magnífica, como atriz e como cantora, e os outros cantores-atores dão-lhe uma resposta à altura. A peça de Sondheim-Lapine parece na realidade uma ópera e afasta-se do que a Broadway (onde foi criada em 1994) está habituada a ver. Os diálogos não disfarçam a ambição do criador: estender a música e a melodia a toda a peça, como se fosse uma canção ininterrupta. Não é o meu musical preferido de Sondheim mas não deixa de ser muito belo. Paris 4/5