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HONOLULU (Edward Buzzell, 1939)

HONOLULU (Edward Buzzell, 1939)
Uma estrela de cinema (Robert Young), farto do assédio das fãs, encontra por acaso um sósia e decide trocar com ele os planos  que têm para os dias seguintes. O ator viaja para Honolulu, para as plantações que pertencem ao seu sósia, e este viaja para Nova Iorque. Como nem os familiares nem os amigos mais chegados se apercebem da troca, multiplicam-se as cenas cómicas próprias deste tipo de história. Esta comédia (o realizador, Edward Buzzell, dirigiu os irmãos Marx em dois filmes) é enriquecida por momentos musicais pouco entusiasmantes (mas gostei bastante da dança de Eleanor Powell), com música de Georgie Stoll e Franz Waxman. A mesma MGM que produziu Honolulu estava a preparar uma revolução na comédia musical, Wizard of Woz. Vila do Conde 1.2018 DVDTECA 3/5

ZOUZOU (1934)

ZOUZOU (1934)
REALIZADOR Marc Allégret ARGUMENTO Pépito G. Abatino, baseado no seu romance homónimo DIREÇÃO ARTÍSTICA Pepito G. Abatino ADAPTAÇÃO Carlo Rim DIÁLOGOS Carlo Rim, Albert Willemetz CENÁRIOS Lazare Meerson, Alexandre Trauner MÚSICA Vincent Scotto, Georges Van Parys, Alain Romans LETRAS Géo Koger, Roger Bernstein, Émile Audiffred DIREÇÃO MUSICAL Louis Wins ELENCO Joséphine Baker (Zouzou), Jean Gabin (Jean), Pierre Larquey (Mélé) Claire Gérard (Mme Vallée) Yvette Lebon (Claire Vallée) Illa Meery (Miss Barbara) ESTREIA 21.12.1934 (França) VISTO Porto 16.04.2025 Trindade

The Wizard of Oz (1939)

Realização de Victor Fleming
The Wizard of Oz é um dos filmes mais icónicos do cinema. Na verdade, um facto cultural da maior relevância do século 20. Consagrou o tecnicolor, deu origem a uma das carreiras mais incríveis do showbizz (Judy Garland), deu-nos um clássico do cancioneiro americano (Over the Rainbow, de Harold Arlen e Yip Harburg), que venceu o Oscar para Best Original Song, iniciou o período mais famoso dos musicais da história, o dos musicais em tecnicolor da MGM (quase sempre produzidos por Arthur Freed). Herbert Stothart também recebeu o oscar para Best Original Score. Apesar de uma produção atribulada (teve cinco realizadores), o milagre está à vista, vê-se e escuta-se sempre que voltamos a ele. Um dos poucos filmes realmente para todas as idades e sensibilidades. A viagem de Dorothy e dos seus amigos, imperfeitos e incompreendidos, em busca de justiça e... amor, é das histórias mais emocionantes que conheço. Para rever sempre. Paris 2018: 5/5 

Realização: Victor Fleming, King Vidor Argumento: Noel Langley, Florence Ryerson, Edgar Allan Woolf Produtora: MGM - Metro-Goldwyn-Mayer  Produtor: Mervyn LeRoy  Produtor associado: Arthur Freed  Fotografia: Harold Rosson Coreografia: Bobby Connolly, Arthur Appell Autores da música: Harold Arlen & Edgar "Yip"  Intérpretes:  Judy Garland (Dorothy Gale), Frank Morgan (o rofessor Marvel/o feiticeiro de Oz), Ray Bolger (Hunk), Bert Lahr (Zeke), Jack Haley (Hickory), Billie Burke (Glinda), Margaret Hamilton (Almira Gulch), Charley Grapewin (o tio Henry), Pat Walshe (Nikko), Clara Blandick (a tia Em), The Singer Midgets (The Munchkins), Mitchell Lewis (un guarda), Lois January (a mulher de Emerald City com o gato), Prince Denis (um Munchkin), Ethel W. Denis (uma Munchkin), Jerry Maren (um Munchkin).

Foi com este filme (de Victor FLEMING) que começou o período mais glorioso dos musicais no cinema, com Arthur Freed como o grande arquitecto e Judy Garland a grande estrela feminina. Over the Rainbow recebeu o óscar (assim como a banda sonora), e tornou-se num dos grandes clássicos de Hollywood. Mas o melhor é mesmo a criação de um clássico do cinema para todas as idades a partir de um esquecido livro. Não é uma adaptação é uma criação superior a matéria de partida. Paris 2021 L'archipel 5/5


The Wizard of Oz é um dos filmes mais icónicos do cinema. Na verdade, um facto cultural da maior relevância do século 20. Consagrou o tecnicolor, deu origem a uma das carreiras mais incríveis do showbizz (Judy Garland), deu-nos um clássico do cancioneiro americano (Over the Rainbow, de Harold Arlen e Yip Harburg), que venceu o Oscar para Best Original Song, iniciou o período mais famoso dos musicais da história, o dos musicais em tecnicolor da MGM (quase sempre produzidos por Arthur Freed). Herbert Stothart também recebeu o oscar para Best Original Score. Apesar de uma produção atribulada (teve cinco realizadores), o milagre está à vista, vê-se e escuta-se sempre que voltamos a ele. Um dos poucos filmes realmente para todas as idades e sensibilidades. A viagem de Dorothy e dos seus amigos, imperfeitos e incompreendidos, em busca de justiça e... amor, é das histórias mais emocionantes que conheço. Para rever sempre. Paris 2018 5/5 
Realização: Victor Fleming, King Vidor 
Argumento: Noel Langley, Florence Ryerson, Edgar Allan Woolf 
Produtora: MGM - Metro-Goldwyn-Mayer  
Produtor: Mervyn LeRoy  
Produtor associado: Arthur Freed  
Fotografia: Harold Rosson 
Coreografia: Bobby Connolly, Arthur Appell 
Autores da música: Harold Arlen & Edgar "Yip"  
Intérpretes:  

Judy Garland (Dorothy Gale), Frank Morgan (o rofessor Marvel/o feiticeiro de Oz), Ray Bolger (Hunk), Bert Lahr (Zeke), Jack Haley (Hickory), Billie Burke (Glinda), Margaret Hamilton (Almira Gulch), Charley Grapewin (o tio Henry), Pat Walshe (Nikko), Clara Blandick (a tia Em), The Singer Midgets (The Munchkins), Mitchell Lewis (un guarda), Lois January (a mulher de Emerald City com o gato), Prince Denis (um Munchkin), Ethel W. Denis (uma Munchkin), Jerry Maren (um Munchkin).

One Hour with You (Ernst Lubitsch, 1932)

One Hour with You é uma comédia sexual de uma ousadia que não conhecemos em Hollywood durante 30 ou 40 anos após a instauração do código Hays (1934). O filme é uma opereta (com música de Oscar Strauss e letras de Leo Robin) sobre um médico (Maurice Chevalier) assediado por uma amiga (Genevieve Tobin) da sua mulher (Jeanette MacDonald). Tudo é muito ligeiro e muito cómico, com Chevalier e Lubitsch marcando o estilo do filme com a sua forma única de comunicar com o público. Paris 2018 FQL 3,5/5

Dixiana (1930)

Realização de Luther REED

Dixiana é um filme musical do início do sonoro, com realização e argumento de Luther Reed a partir de uma história de Anne Caldwell. E o argumento é um dos pontos fracos deste e de muitos filmes similares da época. Um jovem aristocrata (Everett Marshall) enamora-se da artista de circo Dixiana (Bebe Daniels) mas vai ter de enfrentar dois opositores a essa relação: a sua mãe (Jobyna Howland) e um pretendente de Dixiana, financiador do teatro-circo (Ralf Harolde). Esta trama é permanentemente sabotada por números musicais e por números cómicos assegurados sobretudo pela dupla Woolsey & Wheeler. O drama é assim abafado pelos momentos de entretenimento puro, que é o grande objetivo deste tipo de filmes. A estrela do filme, Bebe Daniels, foi uma estrela do cinema mudo e conseguiu manter esse estatuto nos primeiros anos do sonoro, como atriz e cantora. Este filme testemunha o seu talento. O seu par romântico (Everett Marshall) é uma nódoa. Sobressaem Bert Wheeler e Robert Woolsey, a tal dupla cómica já consagrada nos palcos. Os últimos 20 minutos são em tecnicolor, que serve para sublinhar a beleza plástica da cena do baile. Mal o cinema sonoro nascia e já queria ser a cores. VC 2/5 

Elenco: Bebe Daniels (Dixiana Caldwell), Everett Marshall (Carl Van Horn), Bert Wheeler (Peewee), Robert Woolsey (Ginger Dandy), Joseph Cawthorn (Cornelius Van Horn), Jobyna Howland (Birdie Van Horn), Dorothy Lee (Poppy), Ralf Harolde (Royal Montague), Edward Chandler (Blondell), George Herman (Contortionist), Raymond Maurel (Cayetano Bruce), Covington (Company porter), Bill Robinson (Specialty Dancer), Eugene Jackson (Cupid)

Paramount on Parade (1930)

Paramount on Parade é um filme (musical revue) que reúne várias estrelas dos estúdios Paramount, que participam interpretando, cantando e dançando em sketches cómicos, cheios de referências ao próprio cinema, que na altura criava um olimpo e um mundo alternativo que seduzia o espectador. Como tal, é um filme desigual, com coisas ultrapassadas, cheias de pó, e outras ainda cheias de vida e com a verve original quase intacta. Surpreendeu-me o enorme espaço que tem a cultura francesa neste filme. Maurice Chevalier aparece ao longo de todo o filme, falando para o espectador (uma marca dele) ou interpretando vários números como o da dança dos Apaches que tem origem em Paris... (na foto). Várias sequências estão perdidas, juntamente com a respetiva banda sonora, mesmo assim são apresentadas imagens que sobreviveram. Trata-se de uma cópia restaurada e remontada, obviamente. A sua importância histórica, mais do que estética, é evidente. Para além de Chevalier, gostei de ver Clara Bow cantando (era uma estrela do mudo). Paris 3/5

Les Apaches d'Athènes (1930)

Realização de Dimitrios Gaziádis

Sessão muito especial. Este filme foi dado como perdido durante mais de 60 anos, até que foi descoberta uma cópia na Cinémathèque Française. Restaurado, foi agora apresentado com acompanhamento de um pianista, uma soprano e um tenor, pois trata-se da adaptação ao cinema de uma opereta famosa de 1921. Paris 2022 Cinémathèque 2/5

Dancing Lady (1933)

Realização: Robert Z. Leonard
Estreia nos EUA: 29/11/1933

O TURBILHÃO DA DANÇA
Estreia em Portugal: 23/10/1934

42ND STREET (1933)

Realização de Lloyd BACON

Estreia nos EUA: 23/02/1933

RUA 42
Estreia em Portugal: 14/03/1934
Cinemateca Portuguesa: 20/09/2010

Realização de Lloyd Bacon
42nd Street é um dos musicais mais importantes da história do cinema, a ponto de ter inspirado, 50 anos mais tarde, um musical da Broadway. Originalmente 42nd Street é um romance de Bradford Ropes, uma escritora e argumentista de Hollywood. A história é típica dos musicais do passado e do presente: a montagem de um espetáculo e a ascensão de uma nova estrela, que substitui à última hora a estrela escalada para a produção. O filme é um típico backstage musical e todas as pequenas histórias que animam as personagens apagam-se para o espetáculo brilhar. Como o filme se passa durante a Grande Depressão, o sacrifício coletivo impõe-se com uma força dramatúrgica própria. Nesse sentido, são impressionantes os ensaios do corpo de bailarinos, levados à exaustão, sob a autoridade do diretor e dos seus acólitos que nada fazem senão gritar. São cenas que vimos muitas vezes, como em A Chorus Line ou Fame. O que faz este filme ser tão maravilhoso que me levou a vê-lo com prazer duas vezes na mesma semana? Não é certamente o seu registo de comédia. Há alguns diálogos ou falas que pretendem fazer rir mas nem nos fazem sorrir. Alguns atores secundários são muito limitados. Valem pela sua fotogenia adequada ao papel mas suspeitamos que pelo mesmo motivo, pelo mesmo papel, vâo aparecer tal e qual em outros filmes. Nem Ginger Rogers escapa a essa pecha do cinema industrializado. O melhor do filme é quando vemos o musical pronto no final, com números musicais e coreografias encenados no palco, tudo concebido e filmado pelo mago Busby Berkeley. Inesquecíveis os travellings das pernas das coristas, sobretudo o que nos mostra o interior das coxas, filmadas como uma arcada de colunas de mármore... As canções de Harry Warren (música) e Al Dubin (letras) são outros dos trunfos do filme, assim como as duas atrizes principais, a estrela consagrada (Bebe Daniels) e a novata que a vai substituir no espetáculo Pretty Lady e tornar-se a nova sensação da Broadway (Ruby Keeler). Os homens não têm grandes oportunidades de brilhar. Paris 02.2019 Sala Christine 4/5 
42nd Street (1933). Argumento de Rian James, James Seymour e Whitney Bolton. Coreografia de Busby Berkeley. Intérpretes: Warner Baxter, Bebe Daniels, George Brent, Ruby Keeler, Dick Powell, Ginger Rogers.
Canções de Harry Warren (música) e Al Dubin (letras)
You're Getting To Be A Habit With Me (cantado por Bebe Daniels)
It Must Be June (cantado por Bebe Daniels, Dick Powell e coro) 
Shuffle Off to Buffalo (cantado e dançado por Ruby Keeler e Clarence Nordstrom, com Ginger Rogers, Una Merkel e coro)
Young and Healthy (cantado por Dick Powell, Toby Wing e coro)
42nd Street (cantado e dançado por Ruby Keeler, cantado por Dick Powell)

Lloyd Bacon, um realizador esquecido de Hollywood, assinou excelentes musicais para a Warner nos anos 30. Pelo menos dois merecem ficar como marcos da comédia musical: 42nd Street (1933) e Footlight Parade (1933). Ambos têm coreografia do grande Busby Berkeley e é em boa parte devido a ele que estes filmes são vistos com prazer e admiração ainda hoje. Os dois filmes também partilham os autores das canções: Harry Warren (música) e Al Dubin (letras).
42nd Street é o mais famoso dos filmes de Bacon/Berkeley e tem lugar cativo na lista dos grandes musicais. Trata-se de um musical de bastidores, pois apresenta a história da produção de um musical da Broadway, com espaço para as intrigas amorosas entre os artistas, para as cenas de ensaios e, claro, para a apresentação do espetáculo em causa e o seu inevitável sucesso. Mas o melhor continua a ser as coreografias de Berkeley e a sua tradução cinematográfica. VC 2015 DVDTECA Nota: 4/5

Lumières de Paris (Richard Pottier, 1938)

Quer-me parecer que antes do génio de Jacques Demy, as comédias ou dramas musicais franceses eram umas cópias deslavadas das originais americanas. Como muitas destas, Lumières de Paris (1938) tem um argumento simples, quase pateta, que tem por objetivo fazer brilhar a estrela local que justifica o filme: o cantor Tino Rossi. Quando o filme foi feito, Rossi era um cantor de variedades imensamente popular (é ele o cantor da canção mais vendida em França) e desde Marinella (1936) eram feitos filmes a pensar nele. Em Lumières de Paris, Rossi é um cantor de music-hall célebre, que resolve passar um tempo na província onde faz novos amigos e apaixona-se por uma mulher que não o reconhece como o célebre cantor que é. Ao longo do filme Rossi interpreta "Paris voici Paris!" , "Au bal de l'amour" e mesmo "Ave Maria", de Gounod (uma bela versão). Mas pouco mais há a destacar no filme. VC 2,5/5

A Damsel in Distress (George Stevens, 1937)

A Damsel in Distress foi feito ainda no tempo da dupla Fred Astaire e Ginger Rogers, mas sem esta. Joan Fontaine tenta substituir Ginger mas é evidente que não estava à altura de tamanho desafio. Foi uma experiência muito penosa para Joan Fontaine,  que teve crises durante as filmagens porque tinha consciência de que o seu lugar não era num filme musical. E de facto ela quase não existe como companheira de dança de Astaire. Os melhores números musicais são números de trio, com Astaire acompanhado de duas personagens secundárias. Mas nestas comédias dos anos 30 da RKO os atores em papéis secundários são muitas vezes inesquecíveis. Passam de filme para filme repetindo por vezes os mesmos trejeitos, porém conseguem roubar cenas aos protagonistas. Neste filme Joan Fontaine perde para alguns dos secundários como George Burns. Mas a graça do filme advém também da história e do argumento de P.G. Wodhouse, escritor britânico famoso pelas suas comédias que envolvem o mundo da aristocracia inglesa, inclusive da sua criadagem. E divertido também é reparar no modo como Hollywood olha para estes aristocratas ingleses. Enfim, o filme tem uma leveza e graça que ainda hoje funcionam, apesar de ter sido feito há décadas, com o objetivo de distrair os americanos da realidade da recessão dos anos 30. Um filme que certamente vou rever muitas vezes. Paris, Christine 4/5

Quero Sonhar Contigo/Carefree (Mark Sandrich, 1938)

Carefree é um dos meus filmes preferidos da dupla Fred Astaire-Ginger Rogers. É um filme que alia os méritos da screwball comédia dos anos 30 com a arte musical de Fred, Ginger e Irving Berlin. Tudo se passa no meio sofisticado dos americanos ricos e dos profissionais liberais: Ginger é uma estrela da rádio, Fred um psiquiatra que vai tratar dela e ainda cruzarmos com um juiz. Problemas de dinheiro eliminados, a história pode incluir uma dieta de lagosta com maionese, tardes a andar de bicicleta e dedicar-se ao tiro e jantares formais e luxuosos. Ginger troca de noivo é a história de Carefree, e essa troca de parceiro ("change partners" diz a canção de Berlin que Fred canta para Ginger) faz-se com muito humor (ri do princípio ao fim do filme) e muita dança e música de uma qualidade que não encontramos mais no cinema de hoje.  Paris: Le Desperado 2013 & 2015 (5/5)

The Story of Vernon and Irene Castle (H. C. Potter, 1939)

Com este filme terminava a dupla Fred Astaire-Ginger Rogers na RKO, iniciada em 1933 com Flying Down to Rio. Trata-de de uma boa comédia musical que toma a forma de um biopic, pois conta a carreira de um casal de dançarinos que se tornou famoso nas primeiras décadas do século XX na Europa (onde se formou) e nos EUA. Vernon Castle morreu durante a Grande Guerra e pela primeira vez Fred Astaire morreu num filme. Algo de inusitado nas comédias musicais mas que quase semore acontece nos muito biopics musicais que se fizeram. Paris: Le Desperado 4/5

Follow the Fleet (Mark Sandrich, 1936)

Follow the Fleet (Siga a Marinha, em Portugal) foi um dos maiores sucessos comerciais da dupla Fred Astaire-Ginger Rogers e da produtora RKO. Não terá o brilho dos melhores musicais e fica bem abaixo das grandes obras da MGM, mas a presença de Astaire-Rogers é mágica e faz deste filme um clássico que apetece rever sempre. Tinha-o visto em 2013 na mesma sala de cinema parisiense (Le Desperado) que agora apresenta um pequeno ciclo dedicado a Ginger Rogers. O melhor do filme é Fred Astaire, quer nas cenas musicais (dança e canta temas de Irving Berlin), quer nas cenas de pura comédia. Ele e os seus camaradas marinheiros saem do navio para conhecerem mulheres e, numa das cenas mais divertidas, dançam uns com os outros para aprenderam a dançar e conquistar as mulheres quando estiverem de licença. Grande momento musical é a dança de Let's Face the Music and Dance, que arremata o filme com chave de ouro. Paris: Le Desperado 4/4

Footlight Parade (Lloyd Bacon, 1933)

42nd Street é mais famoso mas eu prefiro Footlight Parade, entre os dois musicais da Warner que foram dirigidos por Lloyd Bacon e coreografados por Busby Berkeley em 1933. O argumento de Manuel Seff e James Seymour é particularmente interessante: na época da ascensão do cinema sonoro, o produtor de musicais da Broadway Chester Kent (James Cagney) resolve dedicar-se a criar "prologues", números musicais que serviam de entrada aos filmes. A surpresa do filme é James Cagney, conhecido gangster dos filmes da Warner, e que aqui se estreia nas comédias musicais. Em grande estilo, aliás. Nota: 4/5

Wonder Bar (Lloyd Bacon, 1934)

Dos filmes que o diretor Lloyd Bacon e o coreógrafo Busby Berkeley fizeram para a Warner, Wonder Bar (1934) é o menos interessante, sobretudo porque o argumento deixa muito a desejar. A história passa-se no bar mais sofisticado de Paris, o Wonder Bar. A intriga que une e desune os vários clientes e artistas presentes no Bar é bem rasteira e serve como tela de fundo aos números musicais, vários deles protagonizados por Al Jolson, o dono do bar. Mesmo a intervenção de Busby Berkeley é menos impressionante do que nos outros filmes da dupla Bacon/Berkeley. Nota 3/5

On the Avenue (Roy Del Ruth, 1937)

On the Avenue (1937), o filme, começa com a noite de estreia de uma revista musical, On the Avenue, na qual, depois do primeiro número musical (He Ain't Got Rhythm) passa-se à sátira de uma conhecida família da elite nova-iorquina. Essa família está a assistir à peça e, sentindo-se ultrajada, abandona a sala. Mas logo a filha (Madeleine Carroll) dessa família apaixona-se pelo produtor/ator da peça (Dick Powell) de quem queria vingar-se inicialmente. O argumento deste musical tem a graça de muitos outros musicais da época e tem, acima de tudo, as excelentes canções de Irving Berlin. Da segunda vez que vi o filme, confirmei todo o interesse que lhe achei da primeira vez, apenas umas semanas antes. O filme foi produzido por Darryl Zanuck para a Fox.  4/5
O DVD de referência no mercado de On the Avenue (1937) foi editado em 2006 pela Fox, infelizmente sem extras.