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Stephen Sondheim: A Life (1998)

Biografia escrita por Meryle Secrest
BIBLIOTECA

Sem dúvida uma das melhores leituras de 2020. A consultar e a reler, se possível. Não há muito a dizer sobre a vida privada de Stephen Sondheim, que viveu quase sempre só, esquivou-se o quanto pôde da afirmação e vivência da sua (homo) sexualidade, manteve uma relação muito tensa com a mãe (evitou quase sempre o contacto com ela, cortando praticamente com ela nos últimos anos da vida dela). Mas sobre a obra magnífica de Sondheim o livro até chega a ser breve. Para mim ele foi o maior sucessor dos grandes compositores da Broadway dos tempos áureos:  Berlin, Porter, Styne, Rodgers. Desde que escreveu as letras de West Side Story (música de Leonard Bernstein) não parou de fornecer ao teatro musical americano algumas das suas mais perenes obras: Follies, Company, Into the Woods, A Sunday with George, A Little Night Music. À excepção de Follies, vi os outros musicais em excelentes produções que muito me marcaram. O livro é rico em informações que ajudam a contextualizar essas e outras obras. Por exemplo, ignorava que A Sunday with George fora produzido na Off Broadway depois do flop de Merrily We Roll Along. Sondheim fez um musical que nada tinha a ver com o que se via na Broadway. Reinventou o musical, como já tinha reinventado 10 anos antes com Company (talvez o meu preferido dele). Sunday marcou também o início da sua colaboração com James Lapine, autor do book dos seus musicais seguintes. Antes o parceiro privilegiado tinha sido Hal Prince. Merrily... interrompeu essa colaboração e Prince teve uma segunda vida de sucesso com Lloyd Webber. Tal como Sondheim com Lapine. Excelente leitura.  VC 2020 5/5

Scrappy Little Nobody (Anna Kendrick, 2016)


Anna é muito jovem (35 anos) mas tem já uma carreira longa pois começou por participar em musicais ainda criança (High Society, Annie) e estreou no cinema quando ainda não terminara os estudos secundários. Mas este livro não é verdadeiramente um livro de memórias, mas sim relatos bem humorados de momentos e dimensões da sua vida de atriz. Anna foge do estatuto de estrela e da vida social associada a esta. Mas refere que foi bom ter um futuro-presente assegurado, liberto das angústias da falta de trabalho contínuo que caracterizou os seus primeiros anos. A carreira de Anna interessa-me particularmente, pois é das raras atrizes especializadas no musical, tendo participado em vários musicais dos nossos tempos: Into The Woods (o filme), Fever Pitch (três filmes), Camp, entre as suas incursões pelo musical no teatro. Chegou a participar numa importante produção de Stephen Sondheim ao lado da consagrada Claire Bloom. Anna foi desde logo apreciada pelo seu trabalho: foi nomeada para importantes prémios do teatro (Tony Award) e do cinema (Oscar, Golden Globe, Spirit, entre outros). Livro bem interessante. Paris 2020 (3/5)

JULE STYNE

Jule: The story of composer Jule Styne (1979)
Autor: Theodore Taylor
Ramdom House 1979
BIBLIOTECA
Jule Styne é um dos maiores compositores da América,  do cancioneiro e do teatro musical americanos. Poucos compositores tiveram tantos êxitos nas paradas de vendas como Styne. Ele formou uma dupla com o letrista Sammy Cahn que não parou de criar hits durante 8 anos, sobretudo para Frank Sinatra, o maior cantor dos anos 40 e 50. A formação de Styne é clássica, na adolescência tocava bem Mozart e Haydn, mas não pôde fazer carreira de concertista. Virou-se para a música popular, tocou em muitos grupos, dirigiu alguns, trabalhou para Al capone uma ou duas vezes. Tentou a composição e teve logo um enorme hit com "Sunday". Só muitos anos depois é que voltou à composição, quando trabalhou como vocal coach das estrelas da Fox e da Republic (onde escreveu um hit para o cowboy Gene Autry). Depois de Hollywood, conquistou a mais difícil e prestigiada Broadway. Somou êxitos: Bells Are Ringing, Gentlemen Prefer Blondes, Gypsy, Do Re Mi, Funny Girl. Mas também produzia espetáculos de outros compositores, shows para televisão e shows musicais de artistas individuais (como o marcante Sammy Davis Jr). Mesmo nos musicais de pouco ou nenhum sucesso conseguia impor canções que se tornariam standards. Deu papéis consagradores a Barbra Streisand, Ethel Merman e Carol Channing. Uma das carreiras mais brilhantes no universo do musical americano. Vila do Conde 4/5 BIBLIOTECA