Mostrar mensagens com a etiqueta Teatro V2017. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Teatro V2017. Mostrar todas as mensagens

Milton Nascimento: Nada Será como Antes - o Musical (2012)

Sorte grande. Ter assistido à derradeira apresentação do maravilhoso musical dedicado à obra de Milton Nascimento: Nada Será como Antes - o Musical. Ao ar livre, com entrada livre, no Farol da Barra, palco nobre de Salvador da Bahia. A dupla Möeller & Botelho é de primeira água na cena teatral-musical brasileira, tendo assinado numerosos espetáculos marcantes. Nada Será como Antes estreou em 2012, no Rio de Janeiro, mas só agora chegou à Bahia. Tem estado desde então em digressão pelo Brasil encantando as plateias com interpretações atraentes dos grandes clássicos de Milton Nascimento e do Clube da Esquina. A principal qualidade do musical, que se limita a encenar 42 canções (distribuídas pelas quatro estações), é realmente a de testemunhar a grandeza e a beleza deste cancioneiro de Minas Gerais que vai continuar connosco para sempre, assim como a Bossa Nova. Os cantores são excelentes e muito bem parecidos. Muitas vezes foram ovacionados. Foi uma noite que eu e meu companheiro não vamos esquecer tão cedo. Salvador 07.2017 3,5/5


DREAMGIRLS (1981)

O ESPETÁCULO (Londres, 2017)

Dreamgirls estreou na Broadway em 1981 e tornou-se instantaneamente num musical clássico. Henry Krieger assina a música e Tom Even o argumento e as letras (book e lyrics). O argumento e as personagens são inspirados em grandes nomes da soul e do R&B dos anos 60. Effie White é um cantora talentosa que singra num grupo feminino antes de se lançar com sucesso numa carreira a solo. As aspirações individuais e as exigências do musical business entram em colisão na história das Dreamgirls, que tem vários pontos em comum com a história das Supremes. Vi este espetáculo com Marisha Wallace como Effie White, substituindo Amber Riley. Mas Marisha parou o show nos seus principais números. Nunca esquecerei esta interpretação de antologia, que me fez soltar algumas lágrimas. Aliás, sem a sua personagem e a sua interpretação que seria deste musical? Ela é a faísca e o nervo de um musical que alterna até a exaustão números de backstage e outros on stage. Esta produção do West End é recente (2016) e tem direção e coreografia de Casey Nicholaw. Londres 07.2017 Savoy Theatre 4/5

LES MISÉRABLES (1980)

A OBRA:

MÚSICA: Claude-Michel Schönberg LIVRET: Alain Boublil, baseado no romance de Victor Hugo (Les Misérables, 1862) LYRICS (em inglês): Herbert Kretzmer CRIAÇÃO: Paris 24.09.1980 Palais des Sports

O ESPETÁCULO (Paris, 2024)

Encenação: Ladislas Chollat DIREÇÃO MUSICAL: Alexandra Cravero e Charlotte Gauthier CENÁRIOS: Emmanuelle Roy FIGURINOS: Jean-Daniel Vuillermoz COREOGRAFIA: Romain Rachline Borgeaud INTÉRPRETES: Benoît Rameau (Jean Valjean) ; Sébastien Duchange (Javert), Claire Pérot (Fantine), David Alexis (Monsieur Thénardier), Christine Bonnard (Madame Thénardier), Juliette Artigala (Cosette), Jacques Preiss (Marius), Océane Demontis (Éponine), Stanley Kassa (Enjolras), Maxime de Toledo (L'évêque de Digne), Paul Wandrille Charbonnel, Liam Jabnoune, Victor Bigot, Gaspard de Cerner (Gavroche) ; Maëlys O Neil, Louise Monteil, Bertille Grégoire, Iris Monzini (Cosette enfant), Émilie de Froissard, Suzanne Bafaro, Roxane Carbonnier, Penny Padilla (Éponine enfant) ESTREIA: Paris, Théâtre du Châtelet 11.2024 VISTO: Paris 1.12.2024 T. Châtelet NOTA: 4/5


O ESPETÁCULO (Londres, 2017)

Na minha última incursão a Londres, com a Royal Opera House de férias, aproveitei para ver musicais, género que pouco frequento. Optei por dois dos maiores musicais contemporâneos, que arrastam multidões há anos: The Phantom of the Opera e Les Misérables. Fiquei relativamente indiferente a ambos, isto é, não me entusiasmaram a ponto de querer voltar a vê-los, como sempre me aconteceu quando vi os musicais clássicos que o Châtelet (Paris) apresentou durante anos (42nd Street, An American un Paris, Into the Woods, Singin' in the Rain, etc.). E no entanto The Phantom e Les Misérables já são clássicos contemporâneos, com qualidades indiscutíveis. Como os musicais antigos, Les Misérables tem um gancho na lindíssima I Dreamed a Dream, cuja melodia invade o score. A maquinaria em cena, os cenários, os movimentos dos grupos em cena, tudo concorre para tornar o espetáculo atraente mas não memorável (para mim). Londres 09.2017 NOTA: 3/5

CHICAGO


O ESPETÁCULO (Lisboa, 2020)

Gabriela Barros e Miguel Raposo Chicago, o musical marcado pelo génio de Bob Fosse, tem uma versão em português que está a ser apresentada desde 2019 no Teatro da Trindade, em Lisboa. O sucesso é mais do que merecido e justificado, pois a encenação de Diogo Infante é boa (mas senti uma grande diferença em relação à produção que vi em Londres) e o trio protagonista é mais do que convincente: Gabriela Barros (Roxie Hart), Soraia Tavares (Velma Kelly) e Miguel Raposo (Billy Flynn). Lisboa 2020 Teatro da Trindade 4/5

Musical de John Kander, Fred Ebb e Bob Fosse 


O ESPETÁCULO
Chicago (Londres, 2017)

Era um sonho que arrastava há muitos anos: ver o musical Chicago num teatro. Conhecia o filme (de Rob Marshall), a música (de John Kander), o argumento (de Fred Ebb e Bob Fosse), as letras das canções (de Fred Ebb) e as coreografias de Bob Fosse, pelo disco, pelo vídeo, nas telas do cinema. Mas ver esta obra mestra da Arte americana do século 20 nas condições próximas daquelas em que foi criada, isso nunca me foi dado a ver. E de repente tudo fez sentido, Chicago como obra de teatro é mesmo qualquer coisa de único e de seminal. Como Lohengrin de Wagner que tinha visto no dia anterior. Há um antes e um depois destas obras, e não é possível fazer melhor. Não posso comparar esta produção londrina de 2017 com as anteriores e muito menos com a criação original; certamente houve intérpretes melhores para cada um dos personagens. E a coreografia de Bob Fosse, esse génio, é a que eu vi agora? Que importa, Chicago nesta montagem mostra de que é feita a sua notoriedade artística. A música de Kander & Ebb é aquela maravilha que conhecemos do disco e de outras obras. Mas não será a coreografia e o concept de Fosse o que mais marca Chicago? A dança e o movimento em geral são pouco considerados, mas em Chicago com o mínimo (um estalar de dedos, o estirar do braço, o sentar-se) obtem-se uma expressividade máxima. O palco é ocupado por um quadrado inclinado virado para o público, onde está a pequena orquestra de cabaré-jazz, e de onde saiem os personagens, que também podem sair dos lados do quadrado. Com poucos atores/cantores e um espaço reduzido para atuarem, consegue-se contar uma história sobre grandes criminosas dos anos 1920 que manipulam os media para obterem a celebridade e a absolvição pública e judicial dos seus crimes. Ver Chicago em cena foi uma experiência inolvidável. Londres, 2017 2 July, Phoenix Theatre 5/5

THE PHANTOM OF THE OPERA (1986)


O ESPETÁCULO (Londres, 2017)
Musical de Andrew Lloyd Webber

Fiquei ligeiramente desiludido com o musical The Phantom of the Opera. Apesar do belo score e das belas melodias de Andrew Lloyd Webber, apesar dos cenários que mudam constantemente e dos efeitos especiais impressionantes (esta é a produção original dirigida por Harold Prince), apesar dos bons cantores. Tive mais dificuldade do que é costume em compreender as letras (de Charles Hart), embora isso não seja importante (na ópera passa-se o mesmo). Talvez o que mais me agrada em Lloyd Webber sejam as melodias e menos o score global (na ópera e em Sondheim, por exemplo, cada nota musical parece interessar-me). Londres, setembro de 2017 Her Majesty's Theatre 3,5/5