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Bonjour Sourire! (1956)

Claude SAUTET
Estreia em França: 29/02/1956

É o primeiro filme de Claude Sautet mas não antecipa em quase nada a sua obra futura. Trata-se de uma comédia musical com Annie Cordy e Henri Salvador como artistas de music-hall (ou seja, eles próprios) e também com Louis de Funès. Num pequeno país imaginário, a princesa local caiu numa profunda tristeza e nunca sorri. Então o noivo decide raptar quatro artistas cómicos para fazer a princesa rir. O mais interessante desta comédia que não me fez muito rir é a participação de Henri Salvador, que emula Nat King Cole e dá uma versão rock'n'roll de O que é que a Baiana tem? Melun 2021 TV 2,5/5



Le Chanteur de Mexico (Richard Pottier, 1956)

Le Chanteur de Mexico é, na origem, uma opereta famosíssima de Francis Lopez, com Luis Mariano, adaptada para o cinema em 1956. Temos neste filme os ingredientes da comédia musical de Hollywood, mas nada está ao nível do modelo americano. Luis Mariano é um ator sofrível e o seu canto não resistiu muito à passagem do tempo e das modas. Como lhe falta a graça ou o humor das estrelas americanas... Bourvil concentra em si a comicidade da história, mas não é memorável, pelo menos para mim. Annie Cordy é a escolha mais acertada e no futuro iria trabalhar com sucesso na Broadway. Na realização e nos valores de produção é que o filme francês perde em toda a linha para o cinema musical americano. Vila do Conde DVD 3/5

Carousel (Henry King, 1956)

Caso para dizer, Carousel, o musical de Rodgers and Hammerstein (1945), é muito superior à sua adaptação cinematográfica pela Fox, com realização de Henry King. Isso acontece muitas vezes com os musicais. Em Carousel, estão duas das minhas canções americanas preferidas: Soliloquy e You'll Never Walk Alone. Competentes, os protagonistas Gordon MacRae e Shirley Jones não ficam na memória e resta-nos sonhar com a participação de Frank Sinatra, que estava prevista para ser o protagonista mas que ele à última hora recusou. Vila do Conde DVD 3/5

The King and I (Walter Lang, 1956)

Esta comédia musical é muito famosa, tanto o original da Broadway (1951), quanto a adaptação ao cinema, tratando-se de um dos clássicos de referência do cinema musical. Mas não corresponde ao tipo de musical de que mais gosto. A transposição do show da Broadway é feita sem chama para a grande tela, e como a ação passa-se quase exclusivamente em interiores, a dívida em relação à origem teatral do projeto faz-se sentir ainda mais. Que diferença em relação aos musicais de Arthur Freed na MGM! O que mais  me interessa no filme é, por um lado, a maravilhosa partitura de Rodgers & Hammerstein II, e, por outro, a prestação de Deborah Kerr, uma atriz conhecida e famosa das comédias e melodramas não-musicais. A sua prestação tem a sua classe habitual, tendo sido dobrada nas canções. Foi nomeada para o óscar, mas apenas ganhou o Golden Globe para melhor atriz. Yul Breyner, que marcou a versão cénica original de The King and I, ganhou o óscar para melhor ator, a mais prestigiada das cinco estatuetas ganhas pelo filme. Houve ainda uma nomeação para melhor filme do ano (o produtor foi Charles Bracket) e outra para melhor realizador (Walter Lang). Mas recebeu mesmo assim o Globo de Ouro para melhor filme de comédia ou musical. Nada mau. DVD 3/5

High Society (Charles Walters, 1956)

Este clássico da comédia musical é importante por vários motivos. Trata-se do último filme de Grace Kelly, antes da sua passagem para a realeza europeia. Duas instituições americanas encontraram-se pela primeira vez num filme: Frank Sinatra e o seu ídolo Bing Crosby. E Louis Armstrong tem uma participação extensa com a sua orquestra. Além disso, Cole Porter assina as composições originais deste filme que é uma espécie de remake musical do famoso The Philadelphia Story, peça de 1939, que deu origem ao filme de George Cukor de 1941, com Katharine Hepburn na protagonista de ambas as produções. High Society é bem inferior a The Philadelphia Story e nessa comparação reside o principal problema. A energia e o ritmo do filme de Cukor, uma das melhores comédias de sempre, nunca são igualados e os atores-cantores não têm o talento de Hepburn e Cary Grant. Tinha visto filme em 2013 e quis vê-lo novamente na Cinemateca Francesa pensando que se tratava de uma cópia restaurada. Não foi assim. Curiosamente, na sessão a que assisti havia uma claque que aplaudia os números musicais, sobretudo os de Louis Armstrong e no final houve muitos aplausos. Sinal de que os espetadores não se enganaram quando em 1956 fizeram de High Society um dos dez filmes mais vistos nos EUA. Paris: Le Desperado 2013 & Cinemateca Francesa 2015 3/5