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Roseland (1977)

Realização de James IVORY
Estreia nos EUA: 16/10/1977
Estreia em França: 15/10/1997

Não é difícil perceber que Roseland é um filme datado e que está praticamente esquecido, só podendo ser visto em retrospetivas completas nas cinematecas, como a que está a decorrer na Cinémathèque de Paris. E no entanto é um filme que me encantou. Os anos 70 gostavam da dança, foram os anos de Bob Fosse, de John Travolta, de filmes que se passavam nas pistas de dança. Roseland é um salão de dança em Nova Iorque, onde homens e mulheres dançam valsa todas as semanas e participam em campeonatos. Seguimos três histórias quase autónomas, não fora o local comum e algumas personagens que fazem a ponte entre essas histórias: a professora de dança e o mestre de cerimónias. As histórias, e as suas personagens principais, são comoventes. Na primeira, uma viúva (Teresa Wright) não gosta do seu par de dança mas apenas com ele consegue ver-se quando era jovem ao lado do marido no espelho do salão. Na segunda história, um gigolo (Christopher Walken) é seduzido por uma jovem recém-separada (Geraldine Chaplin) mas não consegue abdicar da mulher mais velha da qual depende financeiramente. Na terceira história, uma mulher relembra o homem com quem dançava sempre. O argumento é da fiel colaboradora de Ivory, Ruth Prawer Jhabvala. Paris Cinémathèque 3,5/5

Movie Movie (1977)

Realização: Stanley DONEN

Estreia nos EUA: 22/11/1978
Estreia em Portugal: 27/11/1980

FITAS LOUCAS (Portugal)
FOLIE-FOLIE (França) 
Movie Movie, a Dupla Emoção (Brasil)

Movie Movie, realizado por Stanley Donen, inclui dois filmes curtos que parodiam o cinema clássico de Hollywood, em particular o seu otimismo inesgotável. Gostei muito da comédia musical que se inspira no clássico 42nd Street. Paris 2022 Cinémathèque 3,5/5

New York, New York (Martin Scorsese, 1977)

New York, New York é um dos meus filmes preferidos de Scorsese, mas sei que nem ele nem os seus fãs têm boa ideia do filme. New York, New York é um dos poucos musicais feitos nos últimos 40 anos e provavelmente é o melhor musical posterior ao genial Cabaret. Aliás, os autores da música (Kander & Ebb) e a protagonista (Liza Minnelli) passam de um filme para o outro. São a golden team dos musicais dos 70s e Scorsese aproveita-se deles para a marcar com o seu génio mais um género cinematográfico de grande prestígio. Não se saiu muito bem, porque não está entre os seus melhores filmes (mas é um dos meus preferidos, repito). É um biopic de artista, ou artistas (a cantora Liza e o saxofonista Robert De Niro), e a história dos musicais está cheia de biopics (não me ocorre uma razão evidente para tal facto). A cantora atinge a fama e o saxofonista (que formam um casal durante grande parte do filme) atinge a miséria e insucesso. Liza Minnelli, que eu venero, não é uma atriz versátil. É uma boa comediante e uma genial performer do showbizz. No filme de Scorsese (e mais ainda no de Bob Fosse) está como peixe dentro de água e ninguém poderia assumir o seu papel. E quem hoje interpreta, dança e canta com igual talento? Talvez ninguém. Scorsese contou neste filme com uma artista completa como as estrelas da Hollywood clássica. E fez uma obra que marcou o cinema dos seventies. Paris 5/5

Saturday Night Fever (John Badham, 1977)

Parece incrível mas ainda não tinha visto o filme Saturday Night Fever, fenomenal êxito dos anos 70. No entanto quem não conhece a sua banda sonora, assinada pelos Bee Gees? Eu nunca deixei de ouvi-la e para mim estas canções são tão encantadoras quanto as dos Abba ou as de Burt Bacharah. Ver hoje o filme é dar razão ao juízo do tempo: o filme é datado mas as músicas são intemporais. A música é tão marcante e as cenas de dança na discoteca (as minhas preferidas) tão famosas (foram reabilitadas por Tarantino) que pensei que o filme fosse um musical. Afinal a história contada e a evolução das personagens e da intriga têm um peso muito superior às situações que envolvem e música e a dança. Tony Manera é um jovem vendedor de tintas mas à noite, na pista de dança, é um rei e é a cabeça de um reduzido grupo de amigos entre a adolescência e a vida adulta. As relações entre os sexos é marcada pela misoginia própria da época e do meio social das personagens. O filme recupera do clássico musical West Side Story o retrato das comunidades latinas de Nova Iorque, o que de algum modo reflete a composição diversificada do disco sound. Um bom musical da era da pop music. John Travolta foi nomeado ao Oscar e ao Golden Globe. A música de Barry Gibb, Maurice Gibb, Robin Gibb, David Shire foi nomeada ao Golden Globe de melhor BSO e How Deep Is Your Love? de melhor canção. O filme concorreu para melhor filme nos Golden Globes.  Paris: 3,5/5