O ESPETÁCULO (T. Châtelet, 2010)
MY FAIR LADY (ENO, 2022)
Excelente produção para um dos meus musicais preferidos, marcado por uma sucessão de standards que nunca deixo de ouvir. Não esquecer a maravilhosa história original de George Bernard Shaw, que deu origem a um stage musical e a dois filmes inolvidáveis. Londres 2022 London Coliseum 4,5/5
![]() |
Théâtre du Châtelet 2013 |
Com o clássico My Fair Lady (1956), o Théâtre du Châtelet, em Paris, mais uma vez triunfa na produção de um musical anglo-saxónico, apresentado na versão original (em inglês). É uma co-produção do Châtelet e do Mariinski, de São Petersburgo, e foi criada em 2010 no Châtelet com um grande sucesso e é agora reposta no mesmo teatro, neste mês de dezembro de 2013.
Este espetáculo é encenado por Robert Carsen, um dos mais conceituados encenadores de ópera de hoje, e esse é um dos grandes trunfos da produção. É o My Fair Lady de Robert Carsen. Este espetáculo talvez fique para a história devido ao encenador mesmo.
Gostei imenso do espetáculo, Conheço poucos musicais encenados, e penso que o primeiro que vi foi também no Chatelet há poucos anos. Não tenho muitas referências para fazer um juízo baseado na experiência, que também é importante nestas coisas, mas o que vi pareceu-me quase perfeito. Só conhecia este nível artístico dos velhos musicais de Hollywood. Para além da encenação, achei os atores-cantores impecáveis, e só sentimos falta das carismáticas estrelas que marcaram para sempre esta obra: Rex Harrison, Julie Andrews e Audrey Hepburn. É importante ouvir estas obras com uma orquestra ao vivo. E o Châtelet dá-se ao luxo de propor aquilo que é comum nas salas de ópera: ter uma grande orquestra no fosso.
Esta produção é uma das muitas no género, e com semelhante qualidade, que tem dado um reconhecimento internacional ao Théâtre du Châtelet ao longo da última década.
My Fair Lady é uma obra-prima do musical, da autoria de Frederick Loewe (compositor) e Alan Jay Lerner (autor do libreto e das letras das músicas) e foi particularmente marcada por intérpretes míticos. Rex Harrison e Julie Andrews criaram o musical em 1956 nos papéis de Henry Higgins e Eliza Doolitlle. Anos mais tarde, em 1964, Hollywood impôs Audrey Hepburn como a Eliza Doolittle que ficou para a história. O filme de George Cukor é um milagre artístico irrepetível, mas isso não impede que, pelo menos no teatro, não possamos vibrar com as qualidades desta obra, se a produção estiver à sua altura. Paris 2013 Châtelet 4,5/5
![]() |
Théâtre du Châtelet 2013 |