New York, New York (Martin Scorsese, 1977)

New York, New York é um dos meus filmes preferidos de Scorsese, mas sei que nem ele nem os seus fãs têm boa ideia do filme. New York, New York é um dos poucos musicais feitos nos últimos 40 anos e provavelmente é o melhor musical posterior ao genial Cabaret. Aliás, os autores da música (Kander & Ebb) e a protagonista (Liza Minnelli) passam de um filme para o outro. São a golden team dos musicais dos 70s e Scorsese aproveita-se deles para a marcar com o seu génio mais um género cinematográfico de grande prestígio. Não se saiu muito bem, porque não está entre os seus melhores filmes (mas é um dos meus preferidos, repito). É um biopic de artista, ou artistas (a cantora Liza e o saxofonista Robert De Niro), e a história dos musicais está cheia de biopics (não me ocorre uma razão evidente para tal facto). A cantora atinge a fama e o saxofonista (que formam um casal durante grande parte do filme) atinge a miséria e insucesso. Liza Minnelli, que eu venero, não é uma atriz versátil. É uma boa comediante e uma genial performer do showbizz. No filme de Scorsese (e mais ainda no de Bob Fosse) está como peixe dentro de água e ninguém poderia assumir o seu papel. E quem hoje interpreta, dança e canta com igual talento? Talvez ninguém. Scorsese contou neste filme com uma artista completa como as estrelas da Hollywood clássica. E fez uma obra que marcou o cinema dos seventies. Paris 5/5