Barbra Streisand é uma das últimas estrelas que brilhou na comédia musical (na Broadway e em Hollywood) e na canção popular com igual brilho, na linha de Judy Garland. Hoje já não há lugar para essas estrelas completas. Tenho uma admiração muito relativa por Barbra (prefiro sem dúvida Judy) mas interessava-me muito conhecer a sua biografia. É sempre fascinante conhecer os pormenores da ascensão de uma estrela no mundo competitivo das artes do espetáculo. Barbra, que nasceu no início da segunda guerra, de pais judeus, ficou órfã de pai ainda criança. Teve uma infância e uma adolescência difíceis, rodeada de pobreza e de falta de amor e de compreensão. A mãe negou-lhe qualquer incentivo aos seus desejos artísticos. E no colégio o seu talento não era reconhecido (foi rejeitada ou ignorada pelos grupos de teatro e de canto). Foi a sua persistência que a levou ao estrelato. Este consolidou-se rapidamente em várias frentes: nos concertos de pequenas salas, nos palcos da Broadway, na indústria discográfica, nos especiais para a televisão e, por fim, em Hollywood. Muitas vezes, desde o início, teve o controlo artístico dos projetos em que se meteu e tudo fazia para não permitir que ninguém brilhasse ao seu lado. Por isso ganhou o desprezo de quase todos os seus colegas. Na década de 70 foi recordista de vendas de discos, aproximando-se da música pop. O seu álbum de maior sucesso dividiu-o com o Bee Gee Barry Gib. Evitou participar em filmes musicais, depois de se ter tornado uma estrela com o filme de estreia, Funny Girl, logo seguido por Hello Dolly! e Melinda. E em 1983 produziu, escreveu, realizou e protagonizou Yentl, um musical com canções compostas por Michel Legrand e escritas pelos Bergman. Esta primeira biografia francesa de Barbra é baseada em material previamente publicado e aborda com ligeireza os principais acontecimentos da vida da cantora. Paris 2, 5/5