Cazuza, o Tempo não Pára (2004)

Filme de Sandra Werneck e Walter Carvalho
Um dos meus biopics preferidos de sempre. Cazuza é o grande poeta, a par de Renato Russo, do rock brasileiro, e a qualidade e plasticidade das suas canções não param de ganhar versões não roqueiras, como confirma um disco deste ano de Leila Pinheiro e Roberto Menescal dedicado ao cancioneiro de Cazuza. Este foi também a primeira grande estrela brasileira a morrer de sida e a sua agonia foi mais ou menos pública. Bem, tudo isso (e muito mais) está no musical que foi feito (outro enorme sucesso nos teatros) e neste filme que foi consagrado pela Academia Brasileira de Cinema com 12 nomeações e com troféus para melhor filme, realizador, roteiro adaptado, fotografia e trilha sonora. Fernando Bonassi e Victor Navas escreveram o roteiro a partir do livro Cazuza, Só As Mães São Felizes, da mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, e da jornalista Regina Echeverria. Um livro magnífico, aliás. No filme algumas das melhores cenas são as que juntam Cazuza (Daniel de Oliveira) e a sua mãe (Marieta Severo), assim como o seu pai (Reginaldo Faria). Ou seja, as cenas musicais (nos palcos e fora deles), as cenas entre amigos e as cenas familiares articulam-se muito bem, mas as cenas entre mãe e filho são justas e comoventes, são antológicas. Além disso, como filme que retrata uma época, os anos 1980, é inolvidável (destaque para a fotografia, que nada embeleza, de Walter Carvalho). Vi o filme apenas em 2009 (cinco anos após a estreia) no cinema Nouveau Latina, certamente no contexto do Festival de cinéma brésilien de Paris, pois o filme, fora do circuito de festivais, não se estreou, parece-me, em país nenhum. No Brasil estreou em 2004 e foi um enorme sucesso, com mais de três milhões de espectadores. Um excelente filme do mainstream brasileiro. Melun 2020 Youtube (4/5)  
Cazuza, o Tempo não Pára (Sandra Werneck e Walter Carvalho, 2004), produzido por Daniel Filho (co-produção Globo Filmes e Columbia TriStar Filmes do Brasil), roteiro de Fernando Bonassi e Victor Navas, adapta Cazuza, Só As Mães São Felizes (Lucinha Araújo e Regina Echeverria), com Daniel de Oliveira (recebeu os prémios da APCA e o Grande Otelo de melhor ator), Marieta Severo, Reginaldo Faria, Maria Flor.