Cole Porter The Definitive Biography (1998)

Livro de William McBrien
BIBLIOTECA

Richard Rodgers fez alguns dos musicais mais perfeitos, e as canções que hoje ouvimos dele são devedoras do contexto teatral em que foram criadas. Mas Cole Porter, que também produziu quase sempre para o teatro, viu as suas canções se emanciparem dessa origem e tornarem-se canções jazz e pop cantadas por imensos artistas que com frequência lhe têm dedicado songbooks. Cole Porter não tinha parceiros, era o autor absoluto, autor da música e das letras e também por essa razão os seus musicais não são tão memoráveis quanto os que Rodgers concebeu com os seus parceiros Hart e Hammerstein II. A grande exceção é evidentemente Kiss Me, Kate, obra-prima teatral de Cole Porter.  Porter nasceu em berço de ouro, teve educação universitária e desde os tempos de estudante mostrou vocação para o songwritting e para o espetáculo. Casou-se com uma milionária mais velha do que ele e o casal era um dos mais colunáveis da sociedade americana e europeia  dos anis 20, e dividia o seu tempo entre os dois continentes. Durante cerca de dez anos Porter escreveu musicais mas não teve êxito. Foi com o seu regresso definitivo aos EUA que começou o longo período (anos 30, 40 a 50) em que inundou os teatros e a rádio com dezenas de grandes canções. Porter teve uma vida dupla, pois foi casado sempre com a mesma mulher, mas manteve uma vida homossexual agitada e nada discreta. Hollywood nos anos 40 fez um biopic de Porter e claro, este não podia reconhecer-se naquela personagem (com os traços de Cary Grant) e história falsas, pois a parte mais profunda do seu ser era escamoteada. Paris, dezembr de 2017  5/5